IDENTIFICAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES DE INTERESSE CRIMINAL DA FAUNA MATOGROSSENSE POR MEIO DE DNA MITOCONDRIAL

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

01/01/2012

RESUMO

O Brasil possui uma importância inquestionável no cenário da biodiversidade global o que o torna um dos países mais visados para este que é o terceiro maior comércio ilícito do mundo, o tráfico de animais silvestres. No combate ao crime o Brasil vem aprimorando sua legislação ambiental e o trabalho pericial ganhou especial relevância na quantificação dos danos e na identificação das espécies envolvida nos ilícitos. A maioria dos peritos utiliza-se de comparativos morfológicos no trabalho de identificação, no entanto, é comum a apreensão de apenas fragmentos de espécimes e, nestes casos, uma identificação confiável só se torna possível pela técnica de sequenciamento genético. Mesmo com o reconhecimento da técnica como importante ferramenta na identificação, ainda paira uma discussão sobre qual o melhor segmento de DNA a ser utilizado (Cytb ou COI) e se estes são efetivos para amostras degradadas, como é o caso das amostras forenses. Assim o objetivo desta pesquisa é contribuir para dissolução destes questionamentos e depositar no banco de dados GenBank as sequências de DNA mitocondrial geradas. As amostras foram divididas em dois grupos, chamadas de amostras referência (coletadas de animais do Zoológico da UFMT) e amostras questionadas (encaminhadas ao laboratório da POLITEC para identificação da espécie). Após extração, amplificação e seqüenciamento, as sequências resultantes foram confrontadas com sequências já depositadas no GenBank. Para os parâmetros adotados neste estudo, os melhores resultados foram obtidos para as sequências mais curtas do Cytb. Em apenas 10% das espécies conseguiu-se sucesso no sequenciamento do segmento COI. As sequências resultantes das amostras referências, quando confrontados com as sequências depositadas no GenBank apresentou similaridade entre 93,9% a 100%, com exceção da amostra de Leopardus pardalis que resultou em 91,9% de similaridade com a espécie Prionailurus bengalensis. Para as sequências resultantes das amostras questionadas obtivemos índice de similaridade superior a 97% para as espécies de Hydrochoerus hydrochaeris, Tapirus terrestris (inicialmente tida como Dasyprocta aguti) e Euprhactus sexcinctus. O confronto direto entre a amostra referência e a amostra questionada da espécie Leopardus pardalis apresentou índice de similaridade superior a 99%. Para as sequências obtidas das espécies Pecari tajacu, Rhynchotus rufescens, Leptotila sp. e Tupinambis sp., o índice de similaridade foi de 94,3% com Pecari tajacu, 96,5% com Ramphasto toco, 96,1% com Amazona guildingii e 98,3% com a espécie Tupinambis merianae, respectivamente. Desta forma este trabalho contribuiu para padronizar e mostrar a eficiência da técnica e a necessidade de se realizar um grande projeto de seqüenciamento de toda a fauna silvestre brasileira para disponibilizá-los nos bancos de dados públicos.

ASSUNTO(S)

dna mitocondrial identificação forense genbank biologia geral mitochondrial dna forensic identification genbank

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