Identidade e corporeidade: prolegômenos para uma abordagem psicossocial / Identity and corporality: prolegomena to a psychosocial approach

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/11/2002

RESUMO

A tese que defendemos é que "A corporeidade, definida como processo de construção social e histórica do corpo humano, constitui-se em relações recíprocas de determinação com a identidade definida como metamorfose". Para tanto, propusemo-nos a articular teórica e metodologicamente estes dois conceitos, o da identidade metamorfose, tal qual sistematizada por Ciampa (1987) e o da corporeidade que definimos ao longo do trabalho. O humano vivo é corporeidade, é cultura encarnada. Nascemos como corpo, em torno do qual e com o qual construir-se-á uma história pessoal, inserida na história familiar e cultural. Este corpo vai se conformando como corporeidade, através da atividade e da consciência, sendo que podemos destacar ainda as emoções e abetos transformando-se em sentimentos - processos estes orgânicos e simbólicos que se processam através da corporeidade. O corpo, quando reconhecido como alguém, recebe uma identidade atribuída. A corporeidade, que traz inscrita em si a historicidade do sujeito, permite que outros o reconheçam, que falem do que representa. Permite, também, que ele próprio tenha consciência de si como uma continuidade, uma identidade unificadora, graças à história que o identifica, que lhe dá unidade, independentemente de viver uma metamorfose de reposição ou de transformação. A metamorfose humana evidencia-se na corporeidade. O ator social tem existência em carne, é sempre através da corporeidade que constrói as personagens, que são o aspecto empírico da identidade. Entendemos que a concretude do alor social se revela na intersecção da identidade com a corporeidade. No decorrer do trabalho apontamos uma série de pistas metodológicas, das quais podemos destacar princípios gerais, dos quais apontamos as decorrências nos estudos sobre a corporeidade. Os princípios gerais são: a) Não se ater à corporeidade enquanto uma aparência ou exterioridade, observada pelo pesquisados. Se assim fosse vista, a corporeidade tenderia a ser cristalizada em seu fenótipo. b) Procurar a explicação do processo social e histórico e não apenas limitar-se a descrevê-lo. c) Sob a aparência dai igualdade de situações ou fatos, estão as diferenças que deverão ser estudadas. d) Estudar a mudança (a metamorfose) não valorizando, nem ignorando, aquilo que se fossilizou, mas sim como foi superado (ex. superação do fetiche da personagem). e) Ter clareza de que, nas narrativas, os significados e as falas constróem-se a partir dos dados de realidade ou da história vivida e, portanto, não podemos deixar de considerar a base material da experiência

ASSUNTO(S)

psicologia social corporeidade consciencia metamorfose identidade (psicologia) corpo humano

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