Ictioplâncton da baía da Babitonga (SC, Brasil): instrumento para a definição de áreas prioritárias para a conservação

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

A baía da Babitonga é um complexo estuarino localizado no litoral norte do Estado de Santa Catarina, Brasil. O presente trabalho descreveu a variação espaço-temporal do ictioplâncton na baía da Babitonga, como instrumento para a definição de áreas prioritárias para a conservação. Amostragens de ictioplâncton foram realizadas em nove pontos amostrais em outubro e novembro de 2007, e janeiro, fevereiro, abril, maio, julho e agosto de 2008, realizadas com rede do tipo cônica de 200m e cilindro-cônica de 500m, com arrastos de 2 e 5 minutos de duração, respectivamente. A identificação das áreas de retenção de ovos e larvas de peixes no estuário foi realizada através do módulo de transporte lagrangeano, parte do software SisBaHiA. A definição das áreas prioritárias para a conservação foi realizada de acordo com a avaliação da baía da Babitonga baseada no método COMPARE, além da compilação de características sobre o ecossistema e a distribuição das espécies. Com bases nesses aspectos, as áreas prioritárias para a conservação foram classificadas em forma de zoneamento de acordo com os diferentes tipos de uso do ambiente. No total, foram coletados 17.443 ovos de peixes, 4.154 com a rede de 200μm e 13.289 a de 500μm, e 5.420 larvas de peixes, 3.380 com a rede de 200μm e 2.040 com a 500μm. Um total de 59 taxa foram identificados (11 registros a nível de família, 18 a nível de gênero e 30 a nível de espécie), sendo Engraulidae, Gobiidae, Haemulidae, Scartella cristata, Cynoscion spp. e Parablennius pilicornis os mais abundantes para a rede de 200μm (94,3%), e Engraulidae, Microgobius meeki, Gobiidae, Chloroscombrus chrysurus e Haemulidae para a rede de 500μm (83%). A assembleia de larvas de peixes na baía da Babitonga é formada por diferentes grupos, tanto espacialmente quanto temporalmente. As principais áreas de retenção de ovos e larvas de peixes no estuário são associadas as zonas de baixa hidrodinâmica próximas as ilhas estuarinas e ao vórtice na desembocadura da baía. Na avaliação da baía da Babitonga, através da metodologia COMPARE, os critérios relacionados com a distribuição espaço-temporal do ictioplâncton, bem como o número de taxa e padrões de utilização do estuário pelos estágios iniciais de peixes, contribuiram tanto para a proteção da biodiversidade (81%) quanto para o manejo pesqueiro (85%). O zoneamento ecológico foi estabelecido de acordo com as características de utilização e ocupação da ictiofauna e seus estágios iniciais na baía da Babitonga, sendo propostas as zonas de: preservação (manguezais, marismas e ilhas estuarinas), conservação (praias estuarinas e áreas rasas, setor externo e áreas costeira adjacente) e recuperação ambiental (áreas próximas as cidades de São Francisco do Sul, Itapoá e Joinville e áreas portuárias) no ecossistema estuarino

ASSUNTO(S)

ecologia de ecossistemas peixe - ovos ecossistemas estuarios

Documentos Relacionados