HOW THE MEDICAL PROFESSOR PERCEIVES HIS EDUCATIONAL PROCESS THROUGHOUT THE COURSE: IN SEARCH OF MARKS THAT MAKE UP THE EDUCATIONAL PROCESS FOR PROFESSORS / COMO O PROFESSOR MÉDICO PERCEBE A SUA FORMAÇÃO AO LONGO DA TRAJETÓRIA: EM BUSCA DAS MARCAS CONSTITUINTES DO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

O presente estudo está ligado à Linha de Pesquisa: Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional. Seu objetivo é acessar as percepções de um grupo de professores médicos, da Universidade Federal de Santa Maria, em relação ao processo de formação docente. Como já é sabido da literatura os professores de ensino superior têm, como principal característica, o fato de serem selecionados para atuar dentro de uma área específica, seleção esta baseada de forma quase exclusiva na sua competência científica ou técnica. A dimensão didática é, de forma quase uniforme, relegada a um segundo plano, considerada muito mais como um pendor natural, próprio de cada indivíduo e não como algo que possa ou necessite ser aperfeiçoada. Os docentes médicos não são exceção à esta regra. E como a quase totalidade dos seus colegas de ensino superior acabam por formar-se ao longo da sua trajetória docente, em constante interação com alunos, colegas, instituição onde trabalham e conjuntura social na qual estão imersos. Com a intenção de perceber quais são as marcas constituintes deste processo, este estudo de cunho qualitativo e de viés narrativo, baseou-se em auto-reconstruções biográficas complementadas por entrevistas narrativas realizadas com cinco professores do curso médico da UFSM, sendo um representante de cada um dos cinco grandes departamentos implicados no curso de medicina. Da análise de conteúdo deste material emergiram cinco categorias: (1) Professores médicos também são pessoas; (2) Ser médico(a); (3) Ser professor(a) de medicina; (4) Ser professor(a) de medicina é diferente de ser médico(a); (5) A reforma curricular na UFSM. As conclusões do estudo, que não diferem substancialmente da literatura, mostram que os professores optaram inicialmente por medicina, com um grande apoio familiar para tal, sendo a docência uma opção secundária. A entrada destes professores na carreira docente, na sua maioria, deu-se por influência de professores mais antigos, cujos modelos foram inicialmente copiados e adotados como referencias por não terem estes professores formação didática inicial, que por sinal nunca foi cobrada, valorizada ou oferecida pela instituição. O aperfeiçoamento nesta área, bem como o estudo de teorias e técnicas de ensino aconteceram apenas no momento em que estes indivíduos investiram nas suas pós-graduações (mestrados ou doutorados) quando tiveram acesso a material escrito e profissionais da área de educação. Por fim o trabalho traz à luz algumas das concepções e impressões dos professores sobre a reforma curricular do curso de medicina da UFSM, especialmente a de que a reforma é necessária, está sendo bem conduzida, mas necessita de uma atenção constante a fim de evitar que a adoção de velhos hábitos dentro da instituição façam a proposta fracassar. Um último achado foi surpreendente: ao contrário do que prega o senso comum professores de diferentes áreas técnicas não tiveram opiniões ou posições realmente diferentes sobre os diversos aspectos do ser professor, o que acaba por reforçar a necessidade de desenvolvimento de uma identidade de professor médico em detrimento de uma mais antiga, voltada para a atuação em uma determinada área específica.

ASSUNTO(S)

professor de ensino superior educação médica medical education professor formation process university professor educacao trajetórias de formação docente

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