HIV/Aids e violência: da opressão que cala à participação que acolhe e potencializa

AUTOR(ES)
FONTE

Saúde e Sociedade

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-09

RESUMO

Este estudo exploratório e descritivo visou investigar a aproximação entre violência e vulnerabilidade à infecção ao HIV/Aids, especificamente a contribuição de ONGs/Aids no enfrentamento de situações de violência sofridas por pessoas que vivem com o HIV/Aids (PVHA) no decorrer de suas vidas, destacando formas distintas de violência, dentre elas o abuso sexual. Consideramos que vivências de várias formas e graus de violência na infância e adolescência tornam as pessoas mais vulneráveis à infecção a DST/HIV/Aids, principalmente as pessoas que vivem situações de exclusão social. Além disso, é necessário que existam redes de suporte psicossociais mais fortalecidas e preparadas para atender as demandas das pessoas que vivem com o HIV/Aids (PVHA). Foram realizadas entrevistas semidirigidas com profissionais de uma entidade e entrevistas em profundidade com jovens, além da realização de observação participante. Os resultados indicaram que a história de vida das PVHA, permeada pela violência, traz marcas indeléveis, principalmente pelo esfacelamento de laços familiares e comunitários, difíceis de serem refeitos, tendo o abuso sexual aparecido nos relatos como consequência insofismável de um contexto marcado por diversas formas de opressão social. Por sua vez, a participação em uma ONG/Aids proporcionou um espaço para a elaboração de aspectos da violência sofrida na medida em que o acolhimento possibilitou a troca de experiências entre seus pares e o diálogo com profissionais e voluntários. Dessa forma, em um espaço que pretende a politização da doença, o silêncio, o terror e o isolamento social podem ser substituídos por experiências referenciadas pela autonomia, dignidade e cidadania.

ASSUNTO(S)

organizações não governamentais hiv/aids violência participação política

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