HISTÓRIA, MITO E IDENTIDADE EM O CONQUISTADOR, DE ALMEIDA FARIA. / HISTORY, MYTH OF IDENTITY IN O CONQUISTADOR, BY ALMEIDA FARIA.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A presente dissertação de mestrado utiliza como corpus de análise o romance O Conquistador, de Almeida Faria. A interpretação da obra considera três pontos de leitura: História, mito e identidade. Inicialmente, busca-se fazer um levantamento do contexto histórico de instauração do sebastianismo em Portugal, dado que, o diálogo que se estabelece na obra propõe uma revisão dessas referências históricas, viabilizada pelo uso da ironia, do intertexto e da inversão paródica. Busca-se ainda definir o sebastianismo a partir do pensamento de Claude Lévi-Strauss de que um mito pode ser reaproveitado para fins de legitimação histórica e da concepção de Roland Barthes de mito enquanto fenômeno lingüístico, marcado ideologicamente. A reflexão sobre a identidade se dá a partir da idéia de Eduardo Lourenço de que em Portugal haveria um problema de hiperidentidade. Situação vista como resultante do forte apego do país a um passado heróico, em grande parte imaginado. Além disso, as formulações de Walter Benjamin sobre o narrador arcaico são esclarecedoras do universo aldeão em que nasce e cresce o protagonista do romance. As características desse sujeito individual, que vive um conflito entre razão e imaginação, apontam para a representação de um sujeito coletivo. O romance, que apresenta narrador em primeira pessoa, realiza, no protagonista Sebastião de Castro, o contraponto com o rei português D. Sebastião. O jogo de inversão paródica que se processa na obra incita o riso e gera a desmistificação do mito e da própria História.

ASSUNTO(S)

mito myth identity letras história identidade history ficção contemporânea portuguesa contemporary portuguese fiction

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