História de mulheres institucionalizadas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Nas últimas décadas observou-se um nítido processo de envelhecimento demográfico na população mundial. Para o Brasil, a previsão é de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, constituindo a sexta maior população idosa do mundo. A internação de idosos em Instituições de Longa Permanência (ILP) tem aumentado. Nesta pesquisa, os referenciais teóricos pautaram-se nas pesquisas sobre a velhice sob a perspectiva das ciências sociais, nos estudos sobre instituição total e na perspectiva de gênero. Buscamos entender como se dá o processo de institucionalização, quais as repercussões na vida da mulher idosa e de que maneira ela enfrenta o envelhecimento. O estudo foi desenvolvido através da metodologia exploratória e abordagem qualitativa. O campo da pesquisa foi uma ILP para idosos, que atende 110 pessoas procedentes da região do Alto Uruguai, com idades entre 60 a 105 anos, sendo 80% do sexo feminino. Os sujeitos do estudo foram mulheres, com idade acima de 60 anos e adequadas condições de expressão verbal. A coleta dos dados deu-se através de quatro grupos de discussão com a participação voluntária de 10 idosas. Utilizamos a Análise de Conteúdo/Temática e identificamos três categorias principais: o asilo como instituição total, gênero e estratégias de enfrentamento à institucionalização. Metade das mulheres escolheu o asilamento e afirmou gostar de residir na ILP. Outras denunciaram a situação de internação à revelia e consideram o asilo um depósito de velhos. A categoria gênero atravessa o fazer das mulheres, que realizam uma série de atividades de cunho doméstico no lar: arrumar o quarto, secar a louça, cuidar do jardim, para ajudar a passar o tempo na vida que levam em família. As estratégias que as mulheres usam para enfrentar a solidão, a velhice e o isolamento compreendem os rituais religiosos, as atividades artesanais e as saídas do asilo. A ILP mantém as portas abertas e as internadas com condições físicas adequadas saem frequentemente, fato que lhes proporciona prazer e permite o exercício da autonomia

ASSUNTO(S)

feminização da velhice idosas institucionalizadas saude coletiva envelhecimento

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