Histopatologia da medula ossea e ponto de quebra no gene hibrido ber-abl na leucemia mieloide cronica

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1996

RESUMO

A leucemia mielóide crônica (LMC) é uma doença mieloproliferativa clonal caracterizada, em mais de 90% dos casos, pela presença do cromossomo Philadelphia (`Ph POT. 1? Esta alteração cito genética resulta de uma translocação recíproca entre os cromossomos 9 e 22 com transferência do protooncogene c-abl do cromossomo 9 para uma região restrita de quebra no cromossomo 22, de 5,8 kilobases (kb), denominada breakpoint cluster region (bcr). Esta translocação leva à ativação do proto-oncogene abl que exerce um papel fundamental na pato gênese da neoplasia. Assim, foi objetivo deste trabalho caracterizar, numa população de 35 pacientes com diagnóstico de LMC em primeira fase crônica, o ponto de quebra no gene bcr e correlacioná-lo com as características histológicas da medula óssea, tamanho do baço, número de leucócitos, porcentagem de blastos, eosinófilos, basófilos no sangue periférico e medula óssea ,número de plaquetas, e citogenética. DNA genômico de leucócitos de sangue periférico foi digerido com as enzimas de restrição Bgl II, Bam HI e Hind III e, por técnica de Southern blotting, o local de quebra no bcr foi subdividido em extremidades 3 e 5 , através da hibridização com as sondas Pr-1 (Oncogene Science) e `Ph POT. 1´ bcr 3 nos casos onde não conseguimos detectar o rearranjo com a primeira. O estudo cito genético foi realizado em 32/35 pacientes e o cromossomo `Ph POT. 1´ esteve presente em 30 deles. O rearranjo no gene bcr foi detectado, pela técnica de Southern blotting, nos 35 pacientes estudados, sendo que em 86% dos casos foi possível determinar a zona do ponto de quebra: 13% na zona 1, 33% na zona 2,27% na zona 3 e 27% na zona 4. Em um caso só detectamos o rearranjo com a utilização da sonda `Ph POT. 1´bcr-3 sugerindo provável deleção da extremidade 3 . Assim, do total de pacientes, 43% tiveram rearranjo na extremidade 5 e 57% na extremidade 3 . Nenhuma correlação foi encontrada entre o local do rearranjo com os dados laboratoriais e clínico. Quanto à histologia da medula óssea, 50% dos casos GRAN-MEG apresentaram quebra na extremidade 5 e 50% na 3 . Trinta e três porcento dos casos GRAN apresentaram quebra na extremidade 5 e 67% na extremidade 3 (teste de Fischer p= 0,17 ).Assim, concluímos, que na nossa população houve uma freqüência alta do rearranjo bcr na zona 4 e na extremidade 3 ; não houve correlação entre o ponto de quebra com as características laboratoriais e clínicas, assim como com os subtipos histológicos GRAN-MEG e GRAN. Além disso a técnica de Southern blotting foi útil na detecção do rearranjo no gene bcr em 2 casos `Ph POT. 1´ negativo

ASSUNTO(S)

biologia molecular leucemia mieloide em fase cronica medula ossea - histologia

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