Histomorfometria comparada da retina e acuidade visual de três espécies de morcegos do gênero Artibeus (Phyllostomidae: Stenodermatinae)

AUTOR(ES)
FONTE

Pesq. Vet. Bras.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-11

RESUMO

RESUMO: Este estudo realizou uma análise histomorfométrica da retina e determinou os valores de acuidade visual de três espécies de morcegos do gênero Artibeus, incluindo Artibeus lituratus, Artibeus planirostris e Artibeus obscurus. Em total, 13 animais foram usados para esse estudo, no qual as retinas foram hemidissecadas, fixadas, cortadas e coradas. A acuidade visual foi determinada pela densidade de células ganglionares na retina e também foi realizado a mensuração das camadas retinianas a partir de cortes histológicos. As retinas dessas três espécies são avasculares, não apresentaram tapetum lucidum em nenhum quadrante e possuem as 10 camadas retinianas comum em mamíferos. Verificou-se também que a espessura da retina na região central foi significativamente maior em todos os parâmetros mensurados (p<0,001), com exceção da camada plexiforme externa (OPL) que foi significativamente maior na região periférica (p<0,001). As retinas das três espécies exibiram uma especialização retiniana em forma de faixa visual horizontal apresentando a maior concentração de células ganglionares na região inferotemporal. Além disso, a espécie A. lituratus exibiu áreas extras de alta densidade celular na retina. Assim, a espécie A. lituratus exibiu a maior acuidade visual (1,92 ciclos/grau), A. planirostris mostrou um valor intermediário entre essas duas espécies (1,77 ciclos/grau) e A. obscurus exibiu a menor acuidade visual (1,50 ciclos/grau). Todas estas características estão relacionadas aos padrões de ecolocalização e hábitos alimentares de cada espécie. Portanto, pode-se concluir que os morcegos do gênero Artibeus têm um alto valor de acuidade visual em comparação com outros morcegos ecolocalizadores e todas essas diferenças devem estar diretamente ligadas à filogenia do gênero.

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