Hipoxemia por fístulas artério-venosas pulmonares em criança: relato de caso
AUTOR(ES)
Lima, Aleksandra Paula, Caíres, José Lopes de, Pontes, Dijair Gomes de, Jatene, Fábio Biscegli, Auler Júnior, José Otávio Costa, Carmona, Maria José Carvalho
FONTE
Revista Brasileira de Anestesiologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2004-08
RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A presença de fístulas artério-venosas pulmonares (FAVP) deve ser investigada em pacientes com cianose sem causa esclarecida. O objetivo é relatar um caso de lobectomia pulmonar em criança portadora de FAVP. RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 3 anos, com história de cianose sem dispnéia desde 8 meses, com baqueteamento digital e ausculta cardíaca normal. ECG e ecocardiografia eram normais e a radiografia de tórax mostrou condensação na metade superior do pulmão esquerdo. A gasometria arterial mostrou PaO2 de 28 mmHg, em ar ambiente, e PaO2 de 31,5 mmHg com cateter nasal de O2. Foi feito diagnóstico de FAVP através de ressonância nuclear magnética, sem possibilidade de embolização. O paciente foi submetido a lobectomia superior esquerda sob anestesia geral associada à anestesia subaracnóidea com morfina e bupivacaína. Foi realizada ventilação monopulmonar com introdução do tubo traqueal seletivo para o pulmão direito. A SaO2 era: em ar ambiente de 59%; à admissão à sala de operações, 69% (FiO2 = 1,0); após indução da anestesia geral, 65% (FiO2 = 1,0); durante a ventilação monopulmonar, 58% (FiO2 = 1,0); após a lobectomia e 98% (FiO2 = 0,6) ao final da cirurgia, com extubação traqueal uma hora após o final do procedimento. A partir do 5º dia de pós-operatório, começou a apresentar progressiva diminuição da SpO2 (até 83%) devido aumento de outra FAVP, tratada com embolização sob anestesia geral. A alta hospitalar ocorreu no 15º do pós-operatório. CONCLUSÕES: Neste caso, havia refratariedade à suplementação com O2 e houve melhora imediata com o tratamento cirúrgico. Entretanto, após ressecção da FAVP de maior tamanho ocorreu aumento de outra fístula, que contribuiu para a diminuição da SpO2 no pós-operatório, revertida com a embolização. Com o crescimento da criança, outras fístulas pulmonares ou em outros órgãos poderão surgir, caracterizando a síndrome de Rendu-Osler-Weber.
ASSUNTO(S)
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