Hipertensão, gestação e clima: a sazonalidade contribui?

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Assoc. Med. Bras.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014

RESUMO

Objetivo: O objetivo do presente estudo foi avaliar a associação entre a temperatura e umidade relativa do ar e a incidência de síndromes hipertensivas gestacionais. Métodos: Um estudo ecológico, prospectivo e retrospectivo, foi conduzido em uma maternidade-escola, na cidade do Recife, Brasil. Dados de todas as 26.125 gestantes, admitidas entre os anos de 2000 e 2006, foram analisados e 5.051 mulheres tiveram o diagnóstico de síndrome hipertensiva gestacional no momento da admissão. A incidência percentual foi calculada mensalmente, por número de partos. Dados referentes à temperatura média mensal e umidade relativa do ar mensal foram coletados e comparações feitas mês a mês quanto à incidência da doença. O mês de fevereiro foi escolhido como mês de referência por conta da sua menor incidência. O risco relativo de síndrome hipertensiva gestacional para cada outro mês foi calculado por odds ratio e o coeficiente de correlação de Pearson foi utilizado para calcular a relação entre a incidência da doença e a média mensal de temperatura e umidade relativa do ar. Resultados: O mês de fevereiro apresentou a menor incidência mensal da doença (9,95%) e agosto, a maior (21,54%). O coeficiente de correlação de Pearson demonstrou maior incidência de síndromes hipertensivas gestacionais nos meses mais frios (r= -0,26; p=0,046), e nenhum efeito significativo da umidade relativa do ar (r=0,20; p=0,128). Conclusão: A incidência de síndromes hipertensivas gestacionais parece ser afetada por variações na temperatura, com menor incidência nos períodos mais frios.

ASSUNTO(S)

pré-eclâmpsia hipertensão gravidez clima

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