Herbicidas residuais associados a dessecantes em diferentes coberturas verdes e secas nas culturas de soja e milho

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Dentre as tecnologias que possam contribuir para a realização de uma agricultura sustentável, destaca-se o plantio direto, caracterizado pela abertura de um sulco estreito no solo, com profundidade suficiente para promover a cobertura das sementes e caracterizado pelo não revolvimento do solo. Neste sistema é comum a presença de vários tipos de coberturas vegetais. Aplicação de herbicidas dessecantes é recomendada 10 dias antes do plantio das culturas e posterior são recomendados herbicidas residuais. Nem sempre essas recomendações são rigorosamente realizadas, e os residuais têm sido adicionados aos dessecantes visando evitar uma aplicação e a ocorrência de reinfestações. Essa modalidade, de acordo com o tipo e a densidade da cobertura vegetal, poderá interceptar a chegada dos herbicidas residuais ao solo, e comprometer o controle das reinfestações. No sistema de plantio direto prováveis efeitos alelopáticos das coberturas, interferem na dinâmica das populações, reduzindo as reinfestações e desta forma o herbicida associado ao dessecante foi desnecessário. Experimentos em campo e bioensaios foram conduzidos em varias regiões do Brasil, aplicando-se os herbicidas imazaquin, diclosulam, trifluralin, imazethapyr, chlorimuron em soja, e, atrazine, simazina, alachlor em milho, associados aos dessecantes sobre coberturas verdes de aveia, milheto, trigo, vegetação natural em baixa e alta densidade. Os mesmos herbicidas foram aplicados sobre as coberturas mortas após o plantio das culturas. Os resultados mostraram que as coberturas mortas dessecadas oriundas de aveia e milheto reduziram significativamente a ressurgências das espécies gramíneas, sendo pouca ou nula nas coberturas de trigo colhido e vegetação natural. As coberturas pouco influenciaram na redução da ressurgências das espécies dicotiledôneas. A cobertura de milheto desde a emergência até na condição de cobertura morta, pontualmente, mostrou influenciar na redução da reinfestação das gramíneas e dicotiledôneas. A maioria dos herbicidas residuais foi retido pelas coberturas verdes, e mesmo após chuva simulada em 20 mm, não atingiram o solo, comprometendo o controle das ressurgências. O diclosulam mostrou ser o mais lixiviado das coberturas verdes para o solo, porém, algumas vezes em quantidade inadequada para o controle da ressurgência. Quando aplicados sobre as coberturas mortas, todos lixiviaram para o solo após chuva simulada em 20 mm e controlaram as ressurgências. Os tratamentos somente dessecantes e convencional apresentaram ressurgências das infestantes desde nula até em alta densidade, e o controle era nulo ou superior a 85%. A aplicação de residuais associados aos dessecantes, poderá promover o desperdício desses herbicidas, aumentando a contaminação ambiental, permitindo a competição das espécies daninhas com a cultura, e onerar mais o custo de produção. Conhecer previamente as condições da cobertura vegetal, a densidade, a quantidade em t/ha e o tipo de cobertura, é de fundamental importância quanto à modalidade de aplicação a ser empregada.

ASSUNTO(S)

herbicidas erva daninha - controle plantio direto cultivos de cobertura herbicides weeds - control cover crops

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