HEIDEGGER E OS LIMITES DA MATEMATIZAÇÃO NO CONHECIMENTO DOS ORGANISMOS VIVOS

AUTOR(ES)
FONTE

Kriterion

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-12

RESUMO

RESUMO No Curso de Inverno de 1928/29, Heidegger afirmou que a matematização irrestrita no conhecimento dos seres vivos resultaria numa falha no propósito de elaborar a ontologia da vida orgânica. No presente artigo, examino as razões que justificam essa concepção. Com base em interpretações das investigações de biólogos como Hans Driesch J. v. Uexküll e Hans Spemann, o argumento de Heidegger integra quatro passos: 1) uma abordagem mereológica do corpo orgânico, concebido como uma unidade funcional de aptidões e intrinsecamente relacionado a um ambiente; 2) uma análise formal da constituição dinâmica das aptidões, cuja estrutura pulsional consiste no atravessamento regulatório de uma dimensão; 3) uma interpretação do princípio de unificação das aptidões em termos da aptidão para comportar-se com algo em um ambiente. Esta argumentação leva a duas conclusões gerais: a matematização irrestrita implica uma descrição mecânica que supõe a desconsideração da determinação modal dos organismos; a estrutura dimensional, regulatória e protointencional das aptidões orgânicas é o fator limitante da matematização da vida.

ASSUNTO(S)

heidegger spemann biologia matemática ontologia vida orgânica

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