Hegemonia, estados e mercado nos arranjos de Bretton Woods
AUTOR(ES)
Jose Gilberto Scandiucci Filho
DATA DE PUBLICAÇÃO
2000
RESUMO
O objeto da tese são as relações monetárias e financeiras entre os países centrais nas décadas de 1930 e 1940, período em que se formam as bases materiais e ideológicas que irão sustentar a estabilidade do sistema monetário internacional nos vinte anos subseqüentes. Procura-se oferecer uma abordagem alternativa às explicações tradicionais do padrão dólar-ouro, as quais conferem prioridade à assimetria de poder entre os Estados Unidos e o resto do mundo. Para estas explicações, a estabilidade do sistema monetário do período pode ser compreendida em função apenas da presença de um poder hegemônico na esfera internacional. Entretanto, o conceito de hegemonia subjacente a estas explicações é frágil, seja quando significa dominação política (da qual não existem provas históricas), seja quando representa a oferta de um bem público internacional (que não caracteriza a estabilidade do sistema monetário). O sistema monetário internacional reflete e sustenta determinado regime de acumulação, e não apenas os interesses do Estado mais poderoso. O estudo da formação das bases de sua estabilidade no período escolhido, portanto, deve atentar para dois movimentos históricos. Por um lado, a internacionalização das grandes empresas norte-americanas. A hegemonia do capital produtivo sobre o capital financeiro, nos Estados Unidos, permitiu a instituição de regras particulares para o funcionamento do sistema monetário, as quais atendiam aos interesses desta fração do capital. Por outro lado, o triunfo das concepções teóricas que apostavam no controle dos mercados. A Grande Depressão ocasionou desconfiança na capacidade do mercado conduzir ao equilíbrio da economia, levando os principais economistas do período a propor tanto mecanismos de controle sobre os fluxos de capitais de curto prazo quanto a montagem de um arcabouço público para a regulação do sistema monetário internacional
ASSUNTO(S)
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