Health service constraints related to the prevention of HIV/AIDS vertical transmission in a region of the state of São Paulo-Brazil : study with quantitative and qualitative approach methods / Situações que limitam a prevenção da transmissão vertical do HIV/AIDS em região do interior de São Paulo : estudo com abordagem quantitativa e qualitativa

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Constitui prioridade de pesquisa e intervenção no Brasil a transmissão vertical do vírus HIV, infecção que tem aumentado entre as mulheres em idade fértil, resultando em progressiva redução na relação homem/mulher. O objetivo deste trabalho é analisar as ações de prevenção da transmissão vertical do vírus da AIDS durante o pré-natal, parto e puerpério, bem como as ações de vigilância epidemiológica, entre as mulheres grávidas soropositivas ao vírus HIV, residentes em um município do interior do estado de São Paulo. Trata-se de estudo realizado em duas fases, com abordagem quantitativa na primeira e qualitativa na segunda. Na primeira, descreve-se a situação epidemiológica dos 11 municípios pertencentes àquele Departamento, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2005, partindo-se das notificações e das fichas epidemiológicas de 112 gestantes portadoras do vírus HIV e das crianças nascidas destas gestações. As informações referem-se à idade das mulheres, local de sua moradia, momento de identificação da infecção, local e data do parto, além daquelas relativas aos procedimentos assistenciais terapêuticos e profiláticos. Na abordagem qualitativa, ou seja, na segunda fase foram realizadas entrevistas nas quais foi utilizado um roteiro padronizado e pré-testado com enfermeiros e médicos que prestam atendimento às gestantes e parturientes nas Unidades Básicas de Saúde e Hospital do município sede do Departamento Regional. Os resultados mostram, entre outras coisas, que todas as gestantes residiam em zona urbana, a maioria era branca (67,9%), de baixa escolaridade, sendo que mais de dois terços não haviam completado o primeiro grau e 42,9% tinham idade abaixo de 25 anos. Mais da metade conhecia seu status de soro-positividade antes da gravidez (53,6%) e para 10,7%, essa era a 2ª gravidez após o diagnóstico. Foram observadas falhas na profilaxia da transmissão vertical na gestação, parto e pós-parto. Nessa última intervenção, 17 mulheres não receberam AZT intravenoso e três recém-nascidos não fizeram profilaxia com AZT oral e outros três iniciaram a profilaxia 24 horas depois do parto. A estimativa de transmissão vertical do HIV foi de 4,5%. Na etapa qualitativa, foi observado que as solicitações de exames anti-HIV eram rotina estabelecida no pré-natal, não havendo, no entanto, aconselhamento pré e pósteste. No momento que antecede o parto, é sempre solicitado teste rápido. A necessidade da profilaxia, a indicação do parto cesariano e a inibição da lactação são de conhecimento dos profissionais, porém, esses profissionais não referem à forma como manejam essas intervenções. Conforme dados epidemiológicos resultantes desta pesquisa, algumas atitudes relacionadas à assistência às gestantes HIV positivas e a seus filhos não atendem as recomendações do Ministério da Saúde para a redução da transmissão vertical e as falas dos profissionais reforçam a necessidade de programas de capacitação e treinamentos na forma de educação continuada sobre o assunto para alcançar o objetivo proposto nas diretrizes nacionais de saúde.

ASSUNTO(S)

gravidez transmissão vertical de doença communicable diseases prevention disease transmission hiv (virus) doenças transmissiveis - prevenção pregnancy hiv (virus) infecções por hiv vertical hiv infections

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