Hábito alimentar de Culex nigripalpus Theobald (Diptera, Culicidae) no Parque Ecológico do Tietê, São Paulo, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Entomologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O hábito alimentar da população de Cx. nigripalpus do Parque Ecológico do Tietê (PET) foi investigado usando um protocolo de ELISA indireto. Foram testadas 516 e 25 fêmeas ingurgitadas e capturadas, respectivamente, em áreas reflorestadas e abertas. Roedores e canídeos foram fontes alimentares mais freqüentes, em aproximadamente 65.3% dos repastos sangüíneos. De um total de 541 fêmeas ingurgitadas, foram detectadas freqüências de repastos sangüíneos em humanos (10.9%), canídeos (26.1%), galinídeos (2.4%) e roedores (39.2%). As fontes alimentares de 233 fêmeas ingurgitadas (43.1%) não foram identificadas, indicando que essas fêmeas se alimentaram possivelmente de outros hospedeiros não testados. Ainda, houve 106 indivíduos (34.4%) que fizeram múltiplos repastos sangüíneos. O valor do índice de repastos sangüíneos em humanos foi 0.14 e as razões alimentares foram roedor/humano = 2.70, humano/galinídeo = 1.51 e canídeo/roedor = 1.33. Os roedores são hospedeiros defensivos para esse inseto hematófago o qual não persiste nestes hospedeiros e procura outro para completar o repasto sangüíneo. Considerando que os roedores são reservatórios potenciais de arbovírus Mucambo e São Luís e que Cx. nigripalpus realiza repastos sanguíneos nesses mamíferos, propõe-se a hipótese de que a população deste moquito poderia participar do ciclo de transmissão desses arbovírus no PET. Adicionalmente, esta espécie poderá se envolver na transmissão de Dirofilaria immitis para canídeos neste parque.

ASSUNTO(S)

cadeia alimentar insetos vetores parasitas reservatórios de doenças zoonoses

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