Há uma epidemia de crack entre estudantes no Brasil?: comentários sobre aspectos da mídia e da saúde pública
AUTOR(ES)
Nappo, Solange Aparecida, Sanchez, Zila M., Ribeiro, Luciana Abeid
FONTE
Cad. Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-09
RESUMO
No último ano, o Governo Federal e a sociedade brasileira relataram e agiram em função de uma epidemia de crack, que foi exacerbada pela mídia. Este estudo hipotetiza que, entre estudantes, o consumo de crack não aumentou nas taxas propostas pela mídia brasileira. Um levantamento epidemiológico de corte transversal foi realizado em 2010 em uma amostra probabilística multiestágio de estudantes brasileiros de Ensino Fundamental e Médio das 27 capitais de estado. Os 50.890 questionários válidos foram submetidos a pesos amostrais, analisados e comparados à série de dados do mesmo levantamento nacional realizado em 2004. Considerando uso na vida e uso no ano de crack, nenhuma mudança do consumo foi encontrada entre de 2004 e 2010. Os dados oficiais brasileiros entre estudantes de Ensino Médio e Fundamental não corroboram "a epidemia de crack" divulgada extensamente pela mídia. Medidas do governo para tratar e prevenir o uso de crack são incentivadas; entretanto, o termo epidemia tem sido usado de maneira imprópria para representar a prevalência estática do uso de crack.
ASSUNTO(S)
cocaína crack abuso de drogas estudantes
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