Há indicação do uso de ácido acetil salicílico (AAS) para gestantes com risco de pré-eclâmpsia?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Santa Catarina

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

Quadro de Risco para Pré-eclâmpsia*

Risco

Fatores de risco

Recomendação

Alto

História de pré-eclâmpsia, especialmente quando acompanhada de desfecho negativo;

Gestação múltipla;

Diabetes tipo 1 ou 2;

Doença renal;

Doença autoimune.

Dose baixa de AAS em paciente com 01 ou mais fator de risco

Moderado

Nuliparidade;

Obesidade (Índice de Massa Corporal superior a 30 kg/m

2

);

História familiar de pré-eclâmpsia (mãe ou irmã);

Idade ≥ 35anos;

Características sociodemográficas (cor/raça negra e baixa renda);

História pessoal (baixo peso ao nascer ou Pequeno para Idade Gestacional, desfecho negativo em gestação anterior, intervalo intergestacional superior a 10 anos).

Considerar baixa dose de AAS se paciente tiver vários destes fatores de riscos

Baixo

Gestação prévia a termo sem complicação

Não recomendado AAS

* Inclui somente fatores de risco obtidos pela história clínica. Testes preditivos, como doppler da artéria uterina, não foram incluídos.

O uso de ácido acetil salicílico (AAS) em baixas doses é recomendado para gestantes de alto risco para pré-eclâmpsia (grau de evidência A)

por reduzir em 17% a incidência de pré-eclâmpsia e em 14% a morte fetal ou neonatal. A dose recomendada é de 60 a 150mg (dose baixa) iniciada entre 12 e 28 semanas de gestação

. A identificação precoce de pacientes com risco para pré-eclâmpsia através de fatores de risco ou testes preditores, pode auxiliar na instituição de medidas preventivas com fim de evitar ou retardar a apresentação da doença ou ainda reduzir sua gravidade.

Na tabela estão os principais fatores de risco relacionados a pré-eclâmpsia e identificados na história clínica, e a recomendação do uso de medicação.

Fonte: U.S. Preventive Services Task Force, 2015

Com relação aos testes preditores, a dopplervelocimetria pode ser utilizada para pré-eclâmpsia em gestantes em risco

. Um índice de pulsatilidade (IP) aumentado na artéria uterina está significativamente relacionado ao desenvolvimento de pré-eclâmpsia e outros desfechos desfavoráveis nesta gestação

.

Em pacientes de alto risco para pré-eclâmpsia, identificadas através da história clínica ou testes preditivos, outras medidas preventivas podem ser recomendadas.  A suplementação de cálcio reduz a pré-eclâmpsia nas populações de alto risco e com dieta pobre em cálcio; contudo sem efeito no prognóstico perinatal (grau de evidência A)

. Outras estratégias para prevenção de pré-eclâmpsia como dieta com restrição de proteína ou sal, exercícios, repouso, suplementação de ácido fólico e progestágenos  tem evidência insuficiente de benefício

.

A equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) tem o importante papel de iniciar o acompanhamento  pré-natal precocemente e de forma qualificada o que irá permitir a identificação dos fatores de risco para pré-eclampsia e instituição de medidas preventivas. Além disto tem o atributo de  coordenar o cuidado destas pacientes que também serão acompanhadas no ambulatório de alto risco.

ASSUNTO(S)

cuidados primários de saúde saúde da mulher médico w81 toxemia gravídica / dheg aspirina pré-eclâmpsia a - estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência

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