Guerreiros da pândega: batuques negros e encontros de bois-bumbás nos jornais de Belém do Pará no pós-Abolição (1888-1908)
AUTOR(ES)
Costa, Antonio Maurício Dias da
FONTE
Tempo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2021-08
RESUMO
Resumo: O artigo analisa as repercussões e os sentidos implicados na divulgação jornalística dos encontros de cordões de boi-bumbá na primeira década após a Abolição da Escravidão na cidade de Belém. Encontros eram confrontos cantados e/ou físicos entre cordões nas ruas e praças da cidade, de modo ritualizado e com o objetivo de capturar o boi-artefato do grupo contrário. A nova ordem social marcada pelo trabalho livre, acompanhada pelo fim do Império e instituição da República, promoveu a redefinição da hierarquia entre setores dominantes e subalternos da sociedade. Nesse novo contexto, bumbás, sambas e batuques eram apresentados pela imprensa como casos de polícia e expressões da imoralidade e degeneração dos negros. O momento de mudança nesta conjuntura é marcado pela fundação do Boi Pai do Campo em 1908, que passou a receber atenção nos jornais como meio de entretenimento, junto a outras agremiações de sua época.
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