Grupos de discussão na pesquisa com adolescentes e jovens: aportes teórico-metodológicos e análise de uma experiência com o método

AUTOR(ES)
FONTE

Educação e Pesquisa

DATA DE PUBLICAÇÃO

2006-08

RESUMO

Trabalhar com grupos juvenis de contextos interculturais e sociais distintos àquele do pesquisador exige cuidado e rigor no procedimento e na escolha dos métodos a serem utilizados para a coleta de dados, assim como uma preparação para o trabalho de campo. Mesmo assim, o pesquisador será confrontado com códigos de comunicação e estilos de vida que lhe são alheios. A decodificação desses sistemas exige uma espécie de imersão do pesquisador no meio pesquisado e um controle metodológico permanente do processo de interpretação, de forma a evitar vieses ou afirmações distorcidas sobre a realidade social de seus entrevistados. Nos últimos anos, o número de dissertações e teses sobre infância e juventude tem aumentado consideravelmente. No entanto, pela necessidade de entregarmos os trabalhos nos prazos estipulados ou por atribuirmos ao referencial teórico maior grau de importância, poucas vezes nos dedicamos a reconstruir a trajetória percorrida durante a fase de coleta e análise dos dados empíricos e a justificar as escolhas teórico-metodológicas realizadas. O presente artigo reconstrói o percurso de uma pesquisa de campo realizada com jovens em São Paulo e em Berlim, apresenta os instrumentos utilizados na coleta de dados e analisa o emprego dos grupos de discussão como um método de pesquisa que privilegia as interações e uma maior inserção do pesquisador no universo dos sujeitos, reduzindo, assim, os riscos de interpretações equivocadas sobre o meio pesquisado.

ASSUNTO(S)

pesquisa qualitativa grupos de discussão grupos focais adolescência juventude

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