Grupo de incentivo ao aleitamento materno exclusivo : um estudo longitudinal / Exclusive breastfeeding incentive group : a longitudinal study

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Apesar do amplo reconhecimento do aleitamento como fator essencial ao processo de crescimento e desenvolvimento da criança, na maioria dos países observa-se que as taxas de aleitamento exclusivo ainda são baixas e sua duração, insatisfatória. A fim de reverter este panorama e aumentar os índices de aleitamento exclusivo, medidas de promoção e proteção à prática da amamentação, têm sido desenvolvidas e aplicadas em diversos grupos populacionais. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a eficácia de um grupo de incentivo ao aleitamento materno exclusivo. Foi realizado um estudo longitudinal de coorte entre Abril de 2003 e Dezembro de 2004. O Grupo "A" foi constituído por 120 mães que participaram do Grupo de Incentivo ao Aleitamento Materno Exclusivo (GIAME-Cepae-FOP-Unicamp). O Grupo "B" foi composto por 113 mães que fizeram inscrição no Cepae, mas que desistiram antes do primeiro encontro do GIAME. As informações referentes aos sujeitos do Grupo "A" foram obtidas durante a participação nos encontros do GIAME, ao longo dos primeiros seis meses de vida da criança. As mães pertencentes ao Grupo "B" foram entrevistadas, por telefone, durante os primeiros seis meses de vida da criança. O Beck Anxiety Inventory (BAI) foi administrado oralmente às mães do "Grupo A" no segundo e sétimo encontros (primeiro e quarto mês após o parto). O índice de aleitamento materno (aleitamento materno exclusivo somado ao complementar), aos seis meses de vida das crianças do Grupo "A", foi de 93%, enquanto que entre as crianças do Grupo "B", foi de 56%. O índice de aleitamento materno exclusivo, nesta mesma idade, foi de 48% no Grupo "A" e de 9% no Grupo "B". A prevalência de chupeta, aos seis meses de vida das crianças do Grupo "A", foi de 23%, enquanto que entre as crianças do Grupo "B", foi de 54%. O índice de mamadeira, nesta mesma idade, foi de 36% no Grupo "A" e de 70% no Grupo "B". As variáveis "tipo de parto" e "ocorrência de problema de mama" mostraram associação com a interrupção do aleitamento exclusivo antes dos seis meses de vida, independentemente de outros fatores. Entretanto, após análise de regressão logística, os fatores associados à introdução precoce de alimentos foram: "uso de chupeta", "alto nível socioeconômico" e "trabalho materno".Foi encontrada maior prevalência de ocorrência de problema de mama entre as mães que apresentaram variação de ansiedade "crescente" e um maior número de mães com sensação de falta de leite entre aquelas com maiores níveis de ansiedade na primeira aplicação do BAI. Assim, o GIAME mostrou ser uma prática eficaz de incentivo ao aleitamento e de redução da prevalência de chupeta e mamadeira entre crianças de 0 a 6 meses de vida. As mães de alto nível socioeconômico e que exercem atividade profissional fora do lar constituem um grupo de risco para a introdução precoce de alimentos, merecendo, assim, atenção especial. A ocorrência de problemas de mama pode ser um dos fatores responsáveis pela instalação do quadro de ansiedade durante a prática da amamentação que, por meio de variáveis comportamentais e/ou fisiológicas pode desencadear o processo de desmame.

ASSUNTO(S)

bottle feeding amamentação ansiedade pacifier anxiety weaning alimentação artificial desmame breastfeeding chupetas

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