Grupo de auto-ajuda ao alcoolista como dispositivo da rede de apoio social / Self-help group to alcohol as a device network of social support

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

06/01/2009

RESUMO

Em resposta ao crescente consumo de Ãlcool e dos problemas relacionados, como uso prejudicial e/ou dependÃncia, o Brasil vem estabelecendo polÃticas pÃblicas como a de atenÃÃo integral a usuÃrios de Ãlcool e outras drogas que, por sua vez, destaca a atenÃÃo psicossocial baseada em uma rede de apoio organizada pelos Centros de AtenÃÃo Psicossocial (CAPS), articulada aos demais serviÃos de saÃde e dispositivos comunitÃrios. Grupos de auto-ajuda, como AlcoÃlicos AnÃnimos (AA), estÃo se tornando cada vez mais comuns, à medida que seus membros se organizam para conviver com o alcoolismo e resolver seus prÃprios problemas. Esta pesquisa objetivou apreender da vivÃncia de alcoolistas o modo como um grupo de auto-ajuda se constitui como dispositivo da rede de apoio social. Estudo descritivo, desenvolvido em um AA do municÃpio de Fortaleza â CearÃ, com 20 sujeitos maiores de 18 anos, que desejaram participar e se encontravam afiliados ao grupo escolhido por, no mÃnimo, um ano, frequentando regularmente as reuniÃes; e que apresentavam condiÃÃes fÃsicas e emocionais para responder aos questionamentos. Os dados foram coletados atravÃs de entrevista individual, utilizando-se um roteiro semi-estruturado; organizados em quadros; agrupados em quatro categorias que emergiram das falas dos entrevistados; o processo de anÃlise teve por base os preceitos da anÃlise de conteÃdo, de Bardin. Os resultados mostram as diferentes caracterÃsticas dos sujeitos quanto aos aspectos sociais, demogrÃficos e histÃricos de uso de drogas e vivÃncia de conseqÃÃncias adversas à sua saÃde, com interferÃncia negativa em todos os aspectos da vida: pessoal, familiar, social e econÃmica. Nos relatos, os sujeitos mencionaram a busca de ajuda espiritual, em serviÃos de saÃde e em um grupo de auto-ajuda para o tratamento da dependÃncia quÃmica; enfatizaram a contribuiÃÃo do AA na promoÃÃo da saÃde, nÃo somente pelo fato de restabelecer sua condiÃÃo fÃsica, mas, tambÃm, por ofertar subsÃdios para o empowerment e proporcionar a reinserÃÃo de pessoas com histÃrico de exclusÃo social. O grupo de auto-ajuda mostrou-se como dispositivo de apoio aos sujeitos estudados desde o acolhimento, perpassando pela oferta de um programa com metas atingÃveis, por funcionar como espaÃo que possibilitava a expressÃo do alcoolista, e por se articular com outros dispositivos da rede de apoio, fortalecendo-se enquanto tal. Com base na realidade apreendida, refletimos sobre a necessidade de, nÃs profissionais de saÃde, nos engajar mais na luta contra o uso de drogas psicoativas, tendo uma atuaÃÃo mais decisiva na construÃÃo de polÃticas e prÃticas que percebam e atendam esta condiÃÃo como problemÃtica de saÃde pÃblica complexa e que necessita de aÃÃes intersetoriais. Dada esta complexidade, esta participaÃÃo necessita de algumas condiÃÃes primordiais, como o reconhecimento da importÃncia de outros conhecimentos e dispositivos de apoio, e a realizaÃÃo de parcerias como estratÃgia de cuidado e inserÃÃo social.

ASSUNTO(S)

enfermagem alcoolismo apoio social grupos de auto-ajuda alcoÃlicos anÃnimos alcoholism social support self-help groups alcoholics anonymous

Documentos Relacionados