Glomerulonefrite na esquistossomose mansônica: um tempo para reavaliar
AUTOR(ES)
Rodrigues, Valério Ladeira, Otoni, Alba, Voieta, Izabela, Antunes, Carlos Maurício de Figueiredo, Lambertucci, José Roberto
FONTE
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010-12
RESUMO
INTRODUÇÃO: Avaliou-se a frequência de glomerulonefrite em pacientes com esquistossomose hepatosplênica no Brasil. MÉTODOS: Selecionou-se para o estudo, 63 pacientes (idade média de 45,5±11 anos) avaliados consecutivamente no ambulatório de doenças infecciosas de um hospital universitário de Belo Horizonte, Brasil, no período de 2007 a 2009. O diagnóstico da esquistossomose foi baseado em dados epidemiológicos, clínicos, parasitológicos e de imagem. Os oito pacientes que apresentaram albuminúria acima de 30mg em 24 horas submeteram-se a biópsia renal percutânea dirigida por ultrassonografia. As amostras de tecido renal foram analisadas à microscopia óptica, eletrônica e de fluorescência direta. RESULTADOS: Havia expansão do mesângio em todos. Em cinco, houve proliferação de células mesangiais e em quatro observou-se duplicação da membrana basal glomerular. Áreas de esclerose glomerular foram diagnosticadas em quatro. Depósitos de imunglobulinas M e C3 foram patentes em seis amostras; IgG em quatro, IgA em três e C1q em duas. Em todos os pacientes relatou-se fluorescência para IgA dentro dos túbulos renais. Depósitos de kappa e lambda foram vistos em seis amostras. A microscopia eletrônica demonstrou depósitos eletrondensos em tecido glomerular. A presença de hipertensão arterial, varizes do esôfago de pequeno calibre, pequenos aumentos de creatinina e diminuição de albumina sérica associaram-se à ocorrência de dano renal. CONCLUSÕES: A frequência de lesão renal foi de 12,7%, no presente estudo, e a glomerulonefrite membranoproliferativa do tipo I foi encontrada em 50%. A lesão renal associada à esquistossomose permanece um problema importante no Brasil.
ASSUNTO(S)
esquistossomose nefropatia esquistossomótica glomerulonefrite histopatologia
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