Glândulas de óleo no gênero neotropical Dahlstedtia Malme - Leguminosae, Papilionoideae, Millettieae

AUTOR(ES)
FONTE

Brazilian Journal of Botany

DATA DE PUBLICAÇÃO

2009-03

RESUMO

Dahlstedtia pentaphylla (Taub.) Burkart e D. pinnata (Benth.) Malme pertencem à tribo Millettieae e apresentam representantes arbóreos que produzem um odor forte e desagradável. Neste trabalho, foram investigados a distribuição, o desenvolvimento e a histoquímica de cavidades secretoras foliares e florais, que poderiam estar relacionadas a este odor. A ultra-estrutura das cavidades secretoras foliares também foi estudada e comparada aos resultados histoquímicos. Estes dados foram comparados a outros obtidos para espécies de Millettieae e discutidos sob perspectivas filogenética e taxonômica. Cavidades secretoras foliares foram observadas somente em D. pentaphylla. Cavidades secretoras florais foram observadas no cálice, nas alas e quilhas de ambas as espécies; em D. pinnata também foram encontradas nas bractéolas e no estandarte. As cavidades originaram-se por processo esquizógeno. As células do epitélio secretor apresentaram uma grande quantidade de retículo endoplasmático liso tubuloso, dictiossomos bem desenvolvidos e muitos vacúolos contendo figuras de mielina. A secreção presente no lúmen da cavidade é constituída por óleo, conforme indicam os caracteres histoquímicos e ultra-estruturais. Desta forma, o conteúdo das cavidades de Dahlstedtia não é responsável pelo odor forte e desagradável exalado pelas plantas, já que este está associado ao acúmulo de rotenona, comum em espécies pertencentes ao complexo "timbó". A ocorrência, o padrão de distribuição e a freqüência das cavidades secretoras apresentam valor taxonômico e podem ser utilizados como caracteres diagnósticos, justificando a separação das duas espécies no gênero.

ASSUNTO(S)

anatomia cavidade secretora desenvolvimento histoquímica ultra-estrutura

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