Girinos do quadrilátero ferrífero, sudeste do Brasil: ecomorfologia e chave de identificação interativa

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/05/2011

RESUMO

Girinos utilizam uma grande diversidade de habitats com diferentes pressões ambientais. A existência de formatos corporais especializados evidencia que estes organismos foram selecionados para explorar habitats específicos. Entretanto, pouco se sabe sobre as diferenças morfométricas reais e funcionalidade destes atributos entre as guildas ecomorfológicas e entre girinos que ocupam diferentes gradientes ambientais. Além disso, o grau em que os componentes filogenéticos e ecológicos influenciam sua morfologia externa é pouco compreendido. Objetivou-se explorar as relações entre forma, uso de habitat/comportamento e filogenia das larvas de 58 espécies de anuros, pertencentes a 21 gêneros e nove famílias, encontradas no Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, sudeste do Brasil. Para isso, primeiramente foi analisada a variabilidade morfológica das espécies através de análises de ordenação. Depois, foram testadas por análises da função discriminante, hipóteses sobre a existência de padrões de forma aos girinos de diferentes guildas ecomorfológicas e em relação a gradientes ambientais. Por fim, foi verificado como fatores ecológicos e filogenéticos influenciam a morfologia das larvas na escala de comunidades e considerando separadamente as famílias mais representativas em número de espécies. Para isso foram testadas hipóteses sobre a existência de correlações entre estes fatores e a morfologia, por meio de testes de Mantel simples e parciais. Os girinos apresentaram uma grande diversidade morfológica, relacionada principalmente à posição de forrageamento na coluna dágua (i.e. nectônica, neustônica, bentônica, fossorial, semiterrestre). Houve diferença morfológica entre os grupos de espécies categorizadas de acordo com este descritor (Wilks = 0,007; F64,25 = 101,74; p <0,001), concordando com as análises de ordenação. Também foram verificadas diferenças entre espécies com comportamento gregário e as demais (Wilks = 0,52; F10,67 = 161,20; p <0,001) e entre espécies de ambientes lênticos e lóticos (Wilks = 0,47; F9,671 = 83,96; p <0,001). Não houve diferenças morfométricas entre espécies que ocupam habitats temporários ou permanentes. A morfologia dos girinos mostrou-se relacionada ao uso de habitat/comportamento (r = -0,310, p <0,001), independente das relações filogenéticas das espécies. Este efeito geral é causado pela predominância de homoplasias e radiações adaptativas nas linhagens de espécies da comunidade. Considerando as famílias mais representativas este padrão não foi tão consistente. Apesar do sinal filogenético ser importante em escalas taxonômicas menores (i.e. em alguns grupos de espécies e nas famílias Hylidae e Leptodactylidae) ele é insignificante quando sobreposto aos efeitos gerais resultantes da adaptação dos girinos aos habitats

ASSUNTO(S)

ecologia teses. girino teses. ecomorfologia sinal filogenético

Documentos Relacionados