GestÃo escolar democrÃtica na escola pÃblica em Pernambuco: uma experiÃncia da dÃcada de 80

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

A pesquisa GestÃo Escolar DemocrÃtica na Escola PÃblica em Pernambuco: uma experiÃncia da dÃcada de 80 teve como objetivo geral registrar a memÃria de uma experiÃncia de gestÃo, supostamente democrÃtica, no sistema escolar pÃblico de Pernambuco na dÃcada de 80, numa escola localizada na zona norte da cidade do Recife. à luz desse objetivo geral buscou-se identificar a concepÃÃo de gestÃo escolar veiculada no discurso oficial na referida dÃcada, em Pernambuco, nos Planos Estaduais de EducaÃÃo assim como as formas de materializaÃÃo na prÃtica escolar, detectando, em memÃrias de educadores, as formas como a escola reagia Ãs orientaÃÃes da Secretaria de EducaÃÃo, analisando as formas de participaÃÃo da comunidade interna e externa na gestÃo da escola estudada, como forma de apreender fatores favorÃveis à mudanÃa na gestÃo escolar e analisar o papel do gestor na implantaÃÃo de prÃticas democrÃticas.O fato de ter como objeto de estudo uma experiÃncia singular vivenciada num passado recente apontou o estudo de caso como caminho metodolÃgico adequado, utilizando a histÃria oral temÃtica que privilegia a coleta de depoimentos por meio de entrevistas orais, objetivando esclarecer o fenÃmeno estudado, a partir dos registros de memÃria de atores/autores partÃcipes da experiÃncia. Na anÃlise dos dados coletados atravÃs das entrevistas semi-estruturadas, fez-se uso de uma adaptaÃÃo do mÃtodo de AnÃlise de ConteÃdo de Bardin, que possibilita uma compreensÃo mais profunda de significados, o que à particularmente fÃrtil quando aplicado ao campo das investigaÃÃes sociais.No estudo realizado foi possÃvel constatar indÃcios de uma gestÃo democrÃtica convivendo com princÃpios e processos de uma administraÃÃo tÃcnico-burocrÃtica centrada na figura do diretor. Entre os demais achados, vale ainda destacar: a desarticulaÃÃo da escola com o contexto social mais amplo, como se fora uma ilha, e a alienaÃÃo do professorado face aos movimentos sociais da prÃpria categoria profissional; o entendimento reducionista da gestÃo democrÃtica como resultado de relaÃÃes afetivas; a apreensÃo de que a lideranÃa interna do gestor à insuficiente para o bom funcionamento da escola se nÃo for somada à capacidade de articulaÃÃo e ao prestÃgio polÃtico-social junto aos ÃrgÃos centrais, o que lastimavelmente evidencia a forte interferÃncia polÃtico-partidÃria no desempenho da funÃÃo gestora; a vivÃncia da âparticipaÃÃo concedidaâ, mesmo no Ãmbito das decisÃes negociadas; a desqualificaÃÃo da escola de hoje e o saudosismo da escola do passado como forma de escamotear a aceitaÃÃo da escola real e a discriminaÃÃo velada que incide sobre a clientela de hoje (alunos de classe social baixa). Por outro lado, detectou-se que a autonomia se constitui numa conquista que implica um processo de aprendizagem, em que iniciativa e coragem se colocam como fatores que impulsionam a quebra de uma cultura pautada no poder hierÃrquico e na passividade frente Ãs determinaÃÃes superiores. Sintetizando, pode-se afirmar que as liÃÃes do passado, mesmo quando advindas de experiÃncias consideradas avanÃadas para a Ãpoca, precisariam passar por um processo crÃtico de desconstruÃÃo para serem reconstruÃdas sob novas bases, tendo por horizonte o efetivo exercÃcio da democracia

ASSUNTO(S)

comunidade interna e externa na gestÃo estudada - particiaÃÃo gestÃo democrÃtica - escola pÃblica - pe educacao memÃria de uma experiÃncia de gestÃo

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