Gestão do território e diferenciais no desenvolvimento local em municípios Lindeiros da UHE Serra da Mesa
AUTOR(ES)
Renata Callaça Gadioli dos Santos
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo analisar as relações entre o desenvolvimento, a gestão do território e os efeitos da implementação de barragens, com foco na Usina Hidrelétrica (UHE) de Serra da Mesa, localizada no Norte de Goiás. O empreendimento começou a ser construído em 1986, mas o seu projeto inicia-se na década de 70, fase do desenvolvimentismo brasileiro. Ao final da década de 70, na tentativa de manter o crescimento de alguns setores em uma economia em desaceleração, o Estado continuou planejando hidrelétricas e investindo em infra-estrutura. O resultado dessas ações, que se apoiavam em um discurso desenvolvimentista, foi contraditório. Enquanto, por um lado, permitiram apoio às atividades produtivas e ao grande capital, promoveram perdas quanto à forma de produção e sustento das comunidades locais atingidas. A reação se conformou em movimentos contrários às hidrelétricas. Em Goiás e, em particular, em Serra da Mesa não foi diferente. A metodologia adotada parte do pressuposto que um dado contexto histórico tende a condicionar ações de planejamento e de gestão do território. As ações, que tendem a envolver conflitos entre diferentes grupos de interesse, rebatem-se em resultados ou impactos sobre a sociedade e o ambiente, em um processo de realimentação contínua. A análise, que responde a questões de pesquisa, nos revela que as hidrelétricas têm tido papel importante no ordenamento do território brasileiro e do Centro-Oeste, na medida em que fortalecem a expansão das atividades produtivas e de suas redes de suporte e apóiam a urbanização, mas têm apresentado efeitos adversos para populações e quadros naturais locais. Atores significativos percebem que o papel da UHE, particularmente à luz das potencialidades locais, no desenvolvimento de municípios lindeiros ao Reservatório de Serra da Mesa ainda é muito limitado. A participação é percebida como fluida e os programas que poderiam ser desenvolvidos com uma participação mais efetiva das concessionárias gestoras da UHE Serra da Mesa são vistos como escassos. Uma sistematização de comparações entre faixas do Índice de Pobreza Humana Municipal e da compensação financeira per capita sugere ações para melhor utilização desses recursos.
ASSUNTO(S)
gestão do território desenvolvimento usina hidrelétrica goiás geografia
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