Germinação de sementes de Melanoxylon brauna (SCHOTT) sob diferentes temperaturas: aspectos morfofisiológicos e enzimáticos / Germination of Melanoxylon brauna (SCHOTT) seeds under different temperatures: morphophysiologic and enzymatic aspects

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/02/2011

RESUMO

A germinação de espécies arbóreas tropicais ainda carece de informações mais precisas sobre fatores físicos e as intrínsecas às sementes que podem interferir no processo germinativo dos mesmos. Diante deste fato, o presente trabalho teve por objetivo investigar as características morfométricas e níveis crescentes de temperatura e suas implicações sobre a fisiologia e o metabolismo de sementes de Melanoxylon brauna Schott durante o processo germinativo. Para tanto, os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Análise de Sementes Florestais do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa - UFV. As sementes utilizadas neste trabalho foram colhidas em 10 árvores-matrizes na cidade de Leopoldina - MG. No primeiro capítulo, foram realizados dois ensaios, o primeiro para avaliar o efeito da cor e do tamanho, no qual as sementes foram classificadas visualmente em claras e escuras, e em relação ao tamanho em pequenas e grandes, e posteriormente, foram semeadas sob duas folhas de papel filtro. No segundo ensaio, foi avaliado o efeito de diferentes substratos na germinação. Para tanto, foram testados os substratos sobre areia (SA), entre areia (EA), sobre papel germitest (SP), entre papel germitest (EP) e rolo de papel germitest (RP). Em ambos os ensaios, as sementes foram colocadas em câmara BOD sob temperatura constante de 25C e luz constante, por período de 10 dias, sendo avaliadas as características índice de velocidade de germinação (IVG) e a porcentagem de germinação. No segundo capítulo foram realizados três ensaios. No primeiro foram determinas das curvas de embebição para as temperaturas de: 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40 e 45 C. No segundo ensaio, para identificar as temperaturas cardinais, as sementes foram mantidas sob cada temperatura, pelo período de 10 dias em câmara tipo BOD, sob luz constante. No terceiro ensaio, foi realizado teste de condutividade elétrica (CE) com as sementes incubadas por períodos de 24, 48 e 72 horas de embebição em cada uma das temperaturas citadas anteriormente, e, em seguida, as mesmas foram colocadas em erlenmeyers com 75 mL de água deionizada a 25C, por 24 horas para posterior leitura da condutividade. No terceiro capítulo, foram realizadas análises enzimáticas. As determinações das atividades das enzimas superóxido dismutase (SOD, EC 1.15.1.1), ascorbato peroxidase (APX, EC 1.11.1.11) e catalase (CAT, EC 1.11.1.6) foram feitas no endosperma micropilar e no eixo embrionário de sementes colocadas para germinar sob as mesmas condições descritas acima, sob temperaturas de 15, 25, 30 e 40C, e a cada 12 horas foram retiradas amostras até a protrusão radicular de 50% das sementes ou 168 horas para a temperatura de 15C. Sementes pequenas e claras possuem germinação e IVG inferiores às sementes pequenas e escuras e às grandes, independentemente da cor. O substrato mais indicado para a realização de testes de germinação em laboratório é o rolo de papel germitest. A temperatura atuou de forma significativa na germinação e na sincronização de sementes de Melanoxylon brauna. As temperaturas cardinais para germinação (%) são: 12,3C mínima, 30,0C ótima (teórica) e 42,7C máxima. As faixas de temperatura considerando-se todas as variáveis investigadas foram: 12,1-12,6C (mínima); 30-35,8C (ótima); e 42,4-43C (máxima). A espécie apresenta uma grande amplitude de germinação com relação à temperatura, sendo verificada germinação na faixa de temperatura de 12 a 42C. O teste de CE foi eficiente para avaliar o efeito da temperatura sobre a qualidade fisiológica e segundo este, a temperatura ótima é de 27C. Não foi detectada a atividade das enzimas SOD, APX e CAT no endosperma micropilar durante a germinação de sementes sob diferentes temperaturas. No eixo embrionário, as atividades das enzimas SOD e CAT apresentaram maiores alterações ao longo da germinação quando submetidas às temperaturas de 15 e 40C. A atividade da enzima APX, no eixo embrionário, não foi afetada pela temperatura ao longo da germinação e sua atividade foi extremamente baixa.

ASSUNTO(S)

proteína electrical conductivity protein free radicals deterioration deteriorização radicais livres espécies arbóreas condutividade elétrica silvicultura tree species

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