Geoquimica e cronologia de alojamento de granitos colisionais na Faixa Sergipana, Nordeste do Brasil / Geochemistry and emplacement chronology of collisional granites in the Sergipano belt, NE-Brazil

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A Faixa Sergipana é uma das mais significantes faixas móveis neoproterozóicas do nordeste do Brasil, porque ela contém diversas estruturas e domínios litológicos que permitem que ela seja comparada a orógenos fanerozóicos como os Himalaias, por exemplo. A Faixa Sergipana foi formada durante a colisão entre o Cráton São Francisco-Congo e o Maciço Pernambuco-Alagoas durante a orogênese Brasiliano/Pan-Africano é formada por cinco domínios litoestruturais (Canindé, Poço Redondo-Marancó, Macururé, Vaza Barris e Estância) e é um orógeno chave para a reconstrução de parte da história do Gondwana Oeste. São reconhecidos três eventos de deformação principais (D1-D3) nas rochas supracrustais da Faixa Sergipana, sendo que o evento D2 é o principal evento colisional na faixa e associado a ele tem-se a geração de grande parte dos granitos presentes nos domínios Macururé e Poço Redondo-Marancó. Os granitos presentes nestes domínios foram divididos em dois grupos principais: (1) os granitos com ~ 625 Ma compostos pelos: (i) granitos com características de arco no Domínio Poço Redondo-Marancó (Granodiorito Queimada Grande) e no Domínio Macururé (Tonalito Camará e Granodiorito Coronel João Sá) e (ii) granitos com características crustais do Domínio Poço Redondo- Marancó (granitos Sítios Novos e Poço Redondo) e (2) os granitos colisionais do Domínio Macururé de ~ 580 Ma. Os granitos Queimada Grande, Camará e Coronel João Sá são plutons de alto potássio, cálcioalcalinos, metaluminosos, magnesianos, tipo-I de arco vulcânico. Estes granitos foram originados por fusão parcial de rochas derivadas do manto ou de crosta inferior de composição basáltica com proporções variáveis de contaminação com crosta continental. Os granitos Sítios Novos e Poço Redondo foram gerados pela fusão dos migmatitos locais e os granitos colisionais do Domínio Macururé por alta taxa de fusão dos micaxistos encaixantes. A abundância de granitos colisionais no Domínio Macururé indica que este domínio pode ter funcionado como um conduto dúctil, durante o neoproterozóico, limitado por zonas de cisalhamento regionais. Para delimitar a duração da colisão que resultou na formação da Faixa Sergipana foi utilizada a idade obtida para o Tonalito Camará pré- D2 de 628±12 Ma, que marca a idade máxima para o início do evento D2, e a idade do Granito Pedra Furada sin a tardi- D2 de 571±9 Ma, que marca a idade mínima para o final do evento D2; utilizando estes dados tem-se que o principal evento colisional (D2) na Faixa Sergipana durou pelo menos 57 Ma. Os granitos Queimada Grande, Camará e Coronel João Sá são o registro de arco continental na Faixa Sergipana formado durante a colisão neoproterozóica e a sua presença indica que o Domínio Macururé estava conectado ao Domínio Poço Redondo-Marancó antes do início da orogênese Brasiliana

ASSUNTO(S)

geocronologia isotopes geochronology granito isotopos granites geochemistry geoquimica

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