Geologia, petrologia e sensoriamento remoto integrados no estudo dos depósitos de ouro do maciço granítico Gollon, Peru

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O Maciço Gollon faz parte da porção norte do batólito cálcio-alcalino Pataz- Parcoy-Buldibuyo, localizado na Cordilheira Oriental dos Andes Peruanos, no norte do Peru, hospedeiro dos principais depósitos de ouro em veios do Peru. O Maciço Gollon constitui corpo granítico equigranular a porfirítico encaixado em rochas metamórficas do Complexo Marañon que cortam parte da seqüência vulcanosedimentar do paleozóico. A seqüência carbonatada e as seqüências cretáceas são mais jovens que as rochas intrusivas. As rochas graníticas do maciço são granodiorito e monzogranito com hornblenda e biotita. Magnetita, ilmenita, zircão e apatita são os minerais acessórios. Diques máficos e aplíticos cortam o maciço Gollon. O Maciço Gollon é cálcio-alcalino, metaluminoso a peraluminoso, semelhante aos granitos do tipo I, com SiO2 entre 59 e 68%, elevada razão MgO/TiO2 (entre 2,6 e 3,9), K2O/Na2O <1,13; 17% de Al2O3, 2,4-4,6% de CaO, Ba~568 ppm e Sr~168 ppm e valores intermediários de elementos terras raras com média de 135 ppm. Assemelha-se a granitos de arco vulcânico ou pós-colisionais. Sua pressão de cristalização, estimada com base no geobarômetro da hornblenda, situa-se entre 2,04 e 3,18 Kb. Os valores TDM do maciço situam-se entre 1,18 e 3,37 Ga e os de 􀄰Nd (t) são negativos, entre -3,53 a -6,39, indicando fonte crustal mais antiga para esses magmas. Os dados geocronológicos U-Pb indicam idade de cristalização de 345,7 6,9 Ma para o granodiorito no norte do maciço e de 325 6,9 Ma para o monzogranito situado na porção sul do Maciço Gollon. Os espectros retirados com o PIMA das amostras não hidrotermalizadas de granodiorito e monzogranito do Maciço Gollon não apresentam muita diferença entre si. Ocasionalmente observam-se maiores profundidades na região de absorção da ligação Al-OH no monzogranito quando comparado ao granodiorito. As amostras hidrotermalizadas apresentam pouca diferença quando comparadas às não-hidrotermalizadas. Algumas amostras alteradas apresentam espectros com predominância de alguns minerais de alteração específicos, mas em geral a mistura espectral de minerais primários e de minerais de alteração é predominante. O algoritmo SAM (Spectral Angle Mapper) foi importante para mapear os principais litotipos do Maciço Gollon. Os afloramentos do Complexo Marañon foram mapeados com maior sucesso, devido à grande diferença espectral e mineralógica em relação aos granitos do maciço. A técnica SAM também permitiu identificar algumas áreas mineralizadas, quando utilizadas janelas de amostragem coletadas da própria imagem ASTER (Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer). Áreas ainda não exploradas e que podem ser consideradas possíveis novos alvos de exploração foram distinguidas por meio da interpretação da imagem ASTER. Os veios mineralizados do Maciço Gollon são constituídos de quartzo, calcita e óxidos de ferro. A alteração hidrotermal está representada por argilominerais na borda dos veios e clorita, calcita, sericita e quartzo secundário. As características geológicas e petrológicas das rochas encaixantes, o tipo de alteração hidrotermal nas áreas mineralizadas e a associação espacial com terrenos metamórficos permitem sugerir que os veios auríferos de Gollon constituem depósitos de ouro orogênicos. Porém, não deve ser descartada a possibilidade de serem depósitos de ouro em veios geneticamente associados a rochas graníticas.

ASSUNTO(S)

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