Geographical variation in morphology of the genus Micrablepharus and Vanzosaura (Squamata, Gymnophthalmidae, Gymnophthalmini) and test of biogeographic hypotheses with the use of species distribution modeling / Variação morfológica geográfica em lagartos dos gêneros Micrablepharus e Vanzosaura (Squamata, Gymnophthalmidae, Gymnophthalmini) e teste de hipóteses biogeográficas com o uso de modelagem de distribuição
AUTOR(ES)
Renato Sousa Recoder
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
03/04/2012
RESUMO
Vanzosaura rubricauda e Micrablepharus maximilian são duas espécies de lagartos microteídeos (Gymnophthalmidae) com ampla distribuição na \"grande diagonal\" de formações abertas da América do Sul. Ao longo de suas distribuições, as espécies estão sujeitas a condições ambientais muito variáveis, em região com complexa história geomorfológica. Representam bons modelos para estudo de variação geográfica. Com o uso de técnicas de biometria e análise espacial, estudei os padrões de variação geográfica em morfometria em V. rubricauda e M. maximiliani. Ambas as espécies apresentaram dimorfismo sexual e variação geográfica significante em morfometria e contagem de escamas. A variação geográfica em V. rubricauda é concordante entre os sexos e pode ser definida por um contraste entre alongamento do corpo e tamanho dos membros. Populações do \"Cerrado leste\" se destacam por possuir menor tamanho, troncos mais curtos, membros longos e baixo número de subcaudais lisas. Os padrões de coloração são grandemente variáveis em nível local, havendo polimorfismo em populações da Caatinga e em uma do Chaco. Em M. maximiliani a variação geográfica observada é menos evidente, porém populações do \"Cerrado oeste\" se destacam pelo maior tamanho e maiores contagens de escamas, enquanto do grupo \"Nordeste\" apresentam troncos mais curtos e pés proporcionalmente maiores. Em relação aos padrões geográficos, é destacada a heterogeneidade morfológica entre populações das duas espécies na região do Cerrado, e sua diferenciação em relação às populações do semiárido e restingas litorâneas. O modelo ecogeográfico que melhor explica a variação em V. rubricauda é aridez, determinando um contraste em morfologia entre populações do Cerrado em relação a outras regiões. Para M. maximiliani, temperatura, sazonalidade e geografia tiveram maior poder explanatório, no entanto, o padrão geografico é afetado por autocorrelação espacial. Modelos de paleodistribuição sugerem que flutuações climáticas podem ter causado isolamento de populações em climas pretéritos mais secos que o atual. O grau de diferenciação intraespecífica em V. rubricauda sugere a necessidade de uma reavaliação taxonômica do gênero.
ASSUNTO(S)
diferenciação intraespecífica ecogeografia ecogeography intraespecific differentiation morfometria morfometry
Documentos Relacionados
- Desenvolvimento embrionário e a evolução da fossorialidade nos lagartos da tribo Gymnophthalmini (Squamata, Gymnophthalmidae)
- Distribuição, nicho potencial e ecologia morfológica do gênero enyalius (squamata, leiosauridae) : testes de hipotéses para lagartos de florestas continentais brasileiras
- Variação geográfica na morfologia de Gymnodactylus amarali (Squamata, Gekkonidae)
- Tentativa de cópula forçada no lagartinho-do-rabo-azul, Micrablepharus maximiliani (Reinhardt & Luetken, 1862) (Squamata, Gymnophthalmidae) na Caatinga do Nordeste do Brasil
- Biologia reprodutiva de Cercosaura schreibersii (Squamata, Gymnophthalmidae) e Cnemidophorus lacertoides (Squamata, Teiidae) no escudo Sul-Riograndense, Brasil