Genótipos da talassemia alfa e haplótipos do agrupamento de genes da globina beta como moduladores de gravidade na Doença falciforme em crianças do Programa Estadual de Triagem Neonatal de Minas Gerais matriculados no Hmeocentro de Belo Horizonte da Fundação Hemominas

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

22/03/2010

RESUMO

Objetivo: verificar associações entre os genótipos de -Tal e os haplótipos do agrupamento de genes da S-globina com características clínicas e hematológicas em uma população de crianças triadas pelo Programa Estadual de Triagem Neonatal de Minas Gerais (PETN-MG) e acompanhadas no Hemocentro de Belo Horizonte (HBH) da Fundação HEMOMINAS. Métodos: coorte retrospectiva, com amostra aleatorizada, na qual foram incluídas crianças triadas pelo PETN-MG e encaminhadas ao HBH, com perfil eletroforético compatível com anemia falciforme (SS ou S0-talassemia), nascidas no período entre 01/01/1999 e 31/12/2006. Os dados foram coletados nos prontuários médicos do HBH. Os pacientes foram acompanhados por, no mínimo, dois anos e meio, até 30/06/2009. A genotipagem de -Tal foi realizada por PCR multiplex (alelos: -3.7; -4.2; --SEA; --FIL; --MED; -()20.5 e --THAI). Os haplótipos S foram determinados por PCR-RFLP. Resultados: Foram analisadas 221 crianças, sendo 119 (53,8%) do sexo feminino e 102 (46,2%), do masculino. A idade variou entre 2,5 e 10,4 anos. Duzentos e oito (94,1%) eram homozigotos para o alelo S e 13 (5,9%) possuíam o genótipo S0-tal. Dos 208 sujeitos SS, 58 (27,9%) eram heterozigotos (-3.7/) e três (1,4%) homozigotos para -Tal (-3.7/-3.7). Dos 13 sujeitos S0-tal, cinco (38,5%) eram heterozigotos (-3.7/). Entre os 208 sujeitos SS, havia 82 (39,43%) com o genótipo CAR/CAR, 69 (33,17%) Ben/CAR, 49 (23,56%) Ben/Ben, dois (0,96%) CAR/Atp, dois (0,96%) Ben/Atp, dois (0,96%) Árabe-Indiano/Ben e dois (0,96%) não puderam ser caracterizados. Dos 412 cromossomos S genotipados nos sujeitos homozigotos (Hb SS), 57% eram do tipo CAR, 41,5% eram Ben, 0,5% eram Árabe-Indiano e 1% eram atípicos. Nos sujeitos homozigotos, a presença de -Tal associou-se significativamente com a diminuição dos níveis de VCM, HCM, leucócitos e reticulócitos, e não influenciou os níveis de Hb total, Hb F e plaquetas. Não houve associação significativa entre haplótipos S e os níveis médios de Hb total, Hb F, VCM, HCM, leucócitos e reticulócitos. O nível de plaquetas foi significativamente maior no grupo com o genótipo Ben/CAR quando comparado com o Ben/Ben e CAR/CAR. Não houve associação significativa entre a presença de -Tal e a frequência de episódios de síndrome torácica aguda, transfusões sanguíneas e sequestro esplênico agudo. A presença de -Tal foi fortemente associada com a diminuição do risco de doença cerebrovascular (Doppler transcraniano alterado ou AVC clínico; P=0,007). Não xii houve associação significativa entre os haplótipos S e a frequência de episódios de síndrome torácica aguda, transfusões sanguíneas, sequestro esplênico agudo e doença cerebrovascular. Conclusões: A associação significativa mais importante encontrada foi a da -Tal com diminuição do risco de doença cerebrovascular. A presença ou não de -Tal bem como o haplótipo S não permitem prever as características clínicas da doença. Outros fatores moduladores devem ser estudados para definir subfenótipos da doença e, assim, serem utilizados em conjunto como ferramenta clínica no acompanhamento dos pacientes. Ressaltese que a amostra de crianças proveio de uma única fonte, foi aleatorizada e o acompanhamento seguiu o mesmo protocolo de tratamento num único hemocentro, o que reforça as conclusões do estudo.

ASSUNTO(S)

pediatria. anemia falciforme. pediatria teses. anemia falciforme/genética decs anemia falciforme/sangue decs estudos de coortes decs brasil decs genótipo decs haplotipos decs globinas/análise decs globinas/genética decs talassemia alfa decs

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