Gênero e poder: o pastorado feminino na Igreja Batista

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

22/08/2011

RESUMO

O objeto desta pesquisa é a análise dos relatos sobre gênero e poder nas formas de discriminação de mulheres no processo de formação e consagração como pastoras na Igreja Batista, para o exercício do pastorado. A importância deste trabalho se dá pelo fato de tornar visível o dilema ético-religioso do preconceito e discriminação das mulheres pastoras, pois, esta igreja se apresenta como vanguardista pelo fato de ser uma das poucas igrejas que aceitam ordenar mulheres para serem pastoras, mas, na prática não é bem assim que ocorre. O objetivo geral desta pesquisa foi: Analisar o conteúdo discursivo expresso por pastoras ordenadas na Igreja Batista da Paraíba referente às suas vivências na estrutura das relações de poder formal estabelecido dentro desta instituição, cujas instâncias superiores relutam em aceitar o pastorado feminino. Esta foi uma pesquisa qualitativa pautada pela coleta de dados documentais e histórias de vida de duas pastoras desta instituição religiosa. Os dados das entrevistas feitas para captar as histórias de vida foram analisados à luz do método fenomenológico, que privilegia a subjetividade das colaboradoras. Descobri que mesmo que esta igreja seja vanguardista em aceitar o pastoreio feminino, o que ainda não ocorreu em outras igrejas evangélicas tradicionais, há inúmeras e sutis discriminações contra as ministras ordenadas, especialmente no tocante às suas ascensões aos cargos mais altos na estrutura de poder das instâncias superiores da Ordem dos Pastores Batistas em nível estadual e nacional, bem como da Convenção Batista Brasileira. Assim, elas têm se conformado a designações de trabalhos menos importantes do que o dos pastores do gênero masculino, como por exemplo, aceitarem ser auxiliares dos pastores titulares ou desempenharem cargos relacionados ao pastoreio de mulheres, o que não lhes dá acesso às tomadas de decisão dos comandos superiores Batistas. Constatei também que as pastoras se auto-discriminam e se auto-excluem da participação nas reuniões dos comandos de líderes desta instituição. Esta pesquisa foi inspirada em teóricos como Scott (1990), Nolasco (1995), Ranke-Heinemann (1996), Oliveira (R.D.) (1999), Louro (2001) e os analistas da teoria Queer como Seidman (1995) entre outros.

ASSUNTO(S)

discriminação contra mulheres pastorado feminino conformismo auto-discriminação feminina teologia female pastorate discrimination against women conformism female selfdiscrimination

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