Gêmeos conjugados: experiência de um hospital terciário do sudeste do Brasil
AUTOR(ES)
Berezowski, Aderson Tadeu, Duarte, Geraldo, Rodrigues, Reinaldo, Cavalli, Ricardo de Carvalho, Santos, Roberto de Oliveira Cardoso dos, Vicente, Yvone Avalloni de Moraes Villela de Andrade, Tazima, Maria de Fátima Galli Sorita
FONTE
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010-02
RESUMO
OBJETIVO: analisar a ocorrência de gemelaridade conjugada em um hospital universitário de referência terciária em perinatologia durante 25 anos (janeiro de 1982 e janeiro de 2007) e descrever a separação bem sucedida de um dos pares. MÉTODOS: para este fim, utilizamos retrospectivamente o banco de dados do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, obtendo o número de pares de gêmeos conjugados, sua frequência, classificação, gênero, forma de resolução da gravidez, tentativa de separação cirúrgica, diagnóstico pré-natal e sobrevida. RESULTADOS: detectamos 14 pares de gêmeos conjugados (1/22.284 nascidos vivos e 1/90 pares de gêmeos nascidos vivos) nascidos neste período (seis masculinos, sete femininos e um com sexo indeterminado). O diagnóstico pré-natal foi realizado em todos os gêmeos, e os nascimentos ocorreram por cesariana. A separação só foi possível em um dos pares, que sobrevivem em ótimas condições de saúde após oito anos. Dos 13 restantes, dez morreram no mesmo dia do nascimento e três sobreviveram apenas alguns meses (menos de um ano). CONCLUSÃO: apesar de este estudo evidenciar um número anormalmente alto de gêmeos conjugados, trata-se de um fenômeno raro, de prognóstico perinatal reservado e dependente do compartilhamento de órgãos entre os gêmeos e malformações associadas, em especial relacionadas ao coração dos fetos. Devido ao mau prognóstico dos pares e do comprometimento reprodutivo materno pela necessidade de realização de cesariana com grandes incisões uterinas, propomos que, com base nestes números, seja solicitada a interrupção precoce destas gestações, como ocorre com outras doenças fetais incompatíveis com a sobrevida extrauterina. Desta forma, a confirmação diagnóstica e a resolução da gravidez de gêmeos conjugados deve ser realizada em centro de atendimento terciário tanto obstétrico quanto perinatal, e a autorização para a interrupção da gestação obtida por via judicial.
ASSUNTO(S)
gêmeos unidos gêmeos unidos diagnóstico pré-natal anormalidades congênitas gêmeos monozigóticos ultrassonografia pré-natal
Documentos Relacionados
- Indução de parto utilizando misoprostol em um hospital terciário no sudeste do Brasil
- Corpo estranho de orelha, nariz e orofaringe: experiência de um hospital terciário
- Perfil das emergências oculares em um hospital terciário do Nordeste do Brasil
- Prevalência do câncer incidental de vesícula biliar em um hospital terciário de Pernambuco, Brasil
- Análise das intervenções de farmacêuticos clínicos em um hospital de ensino terciário do Brasil