Gastrinemia e densidade das células G e D no estômago de gerbis infectados com Helicobacter pylori submetidos a vagotomia com piloroplastia.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A infecção gástrica pelo Helicobacter pylori (HP) está envolvida na etiopatogênese da úlcera péptica (UP), gastrite crônica atrófica e linfoma MALT, além de forte associação ao câncer gástrico. A UP é uma das doenças mais prevalentes no mundo e, atualmente, o seu tratamento é clínico, ficando a cirurgia reservada apenas às complicações ou à falência clínica. Dentre as técnicas operatórias, a vagotomia associada a piloroplastia foi uma opção cirúrgica bastante utilizada nas últimas décadas. Porém, não se sabe com precisão as alterações fisiopatológicas iniciais decorrentes dessa associação (HP e cirurgia). Na tentativa de elucidar essas alterações desenvolveu-se um modelo experimental para avaliar a influência do HP e da cirurgia sobre a gastrinemia e a densidade das células G e D do estômago. Estudaram-se 53 gerbis da Mongólia (Meriones unguiculatus) divididos em quatro grupos: Grupo A (n= 10), sem infecção pelo HP, operação simulada após 30 dias; Grupo B (n=14), sem infecção pelo HP, operação (vagotomia e piloroplastia) após 30 dias; Grupo C (n=12), infecção pelo HP, operação simulada após 30 dias e Grupo D (n=17), infecção pelo HP, operação (vagotomia e piloroplastia) após 30 dias. Após 90 dias da operação foi coletado sangue para dosagem da gastrina pós-prandial e, em seguida, os animais foram sacrificados e seus estômagos ressecados para obtenção de biopsias do corpo, antro e zonas transicionais (corpo-antro e antro-duodeno) para avaliação microbiológica, histológica e imunoistoquímica. A presença da infecção foi confirmada por microscopia direta através da análise das biopsias do antro coradas pela carbolfucsina e pela PCR (Polymerase Chain Reaction) das biopsias do antro e corpo. Foi avaliada a presença e característica do infiltrado inflamatório no material biopsiado corado pela hematoxilina-eosina, através de microscopia óptica. Não se observou inflamação significativa no corpo dos animais dos quatro grupos. Na junção corpo-antro e na junção antro-duodenal, a presença de infiltrado inflamatório apresentou diferença quando comparados os Grupos B e D (p=0,018 e p=0,021, respectivamente) e os Grupos C e D (p=0,018 e p=0,017, respectivamente). No antro, a presença de infiltrado inflamatório foi significativa quando comparados os Grupos A e C (p=0,039) e os Grupos B e D (p=0,05). A inflamação, em sua maioria, foi classificada como leve, com predomínio de infiltrado mononuclear e ausência de agregados linfóides. Na análise imunoistoquímica, observou-se aumento da densidade das células G quando comparados os grupos A e C (p= 0,0001) e B e D (p=0,007) e aumento da densidade das células D quando comparados os grupos A e C (p=0,001) e uma forte tendência ao aumento quando comparados os grupos B e D (p=0,056). A análise desses resultados permite concluir que a inflamação é mais importante nas regiões mais distais do estômago e a sua presença pode estar associada à infecção pelo HP ou a associação da infecção com a vagotomia e piloroplastia, dependendo da localização anatômica. A infecção pelo Helicobacter pylori em gerbis aumenta a densidade das células G e das células D na fase aguda, porém não alteram os níveis séricos de gastrina pós-prandiais.

ASSUNTO(S)

células secretoras de gastrina decs vagotomia decs tese da faculdade de medicina helicobacter pylori decs cirurgia decs cirurgia teses. dissertações acadêmicas decs

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