GÃnero, corpo, emoÃÃo e medidas sÃcio-educativas: uma aproximaÃÃo da violÃncia urbana

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Esta dissertaÃÃo faz uma anÃlise da violÃncia urbana, a partir dos referenciais analÃticos de gÃnero, corpo e emoÃÃo junto a homens jovens egressos do sistema sÃcio-educativo da cidade de Olinda, Pernambuco. O estudo prioriza as prÃticas corporais e as expressÃes emotivas para tecer uma compreensÃo sobre as trajetÃrias de vida dos homens jovens, seus referenciais identitÃrios e suas experiÃncias no sistema sÃcio-educativo. Estudos feministas de gÃnero e masculinidades, violÃncia urbana e emoÃÃo, bem como alguns textos antropolÃgicos clÃssicos de Mauss nortearam as anÃlises da pesquisa. Ao se aproximar de jovens estigmatizados socialmente e produzir uma leitura sobre suas emoÃÃes, o estudo questiona algumas concepÃÃes binÃrias que ecoam em nossa cultura, tais como vÃtima/algoz, bem/mal, razÃo/emoÃÃo, cogniÃÃo/afeto, bem como procura fazer um contraponto a leituras analÃticas que focalizam a virilidade e a honra como justificativas centrais para a prÃtica violenta masculina. O trabalho de campo ocorreu em dois tempos: o primeiro se refere Ãs memÃrias e anotaÃÃes do pesquisador durante o perÃodo que trabalhou na execuÃÃo de Medidas SÃcio-Educativas. O segundo tempo refere-se aos dados centrais da pesquisa, que tratam de histÃrias de vida, construÃdas ao longo de um ano de encontros e entrevistas, com quatro homens jovens egressos do sistema sÃcio-educativo. As trajetÃrias de vida dos jovens confluem para uma realidade perversa de economia de seus corpos masculinos, onde hà uma escassez de recursos para utilizar em suas trocas sociais como estratÃgias de expressar seus sentimentos e fortalecer laÃos. Simultaneamente, apresentam recorrentes referenciais violentos em suas relaÃÃes entre sexo, geraÃÃo, classe e raÃa. A dor e a revolta sÃo emoÃÃes que marcam seus corpos e se manifestam expressivamente atravÃs das infraÃÃes, alimentando feridas e dores em suas relaÃÃes sociais. As experiÃncias no sistema sÃcio-educativo sÃo significativas em todas as histÃrias: dor, violÃncia, receios, reconhecimento, acesso a direitos, respeito e ressocializaÃÃo, enredam distintamente as diferentes histÃrias, despontando frÃgeis transformaÃÃes em suas condiÃÃes materiais de existÃncias, na flexibilidade e ampliaÃÃo de prÃticas expressivas dos corpos masculinos e no exercÃcio autÃnomo e nÃo-violento de suas emoÃÃes. A dor continua ferindo seus corpos, assim como persevera a reproduÃÃo de algumas prÃticas masculinas tradicionais, comunicando limites de mudanÃas diante da fragilidade do sistema sÃcio-educativo e das desigualdades nas relaÃÃes sociais

ASSUNTO(S)

emotive expressions social-educative system gender expressÃes emotivas young men violence violÃncia prÃticas corporais sistema sÃcio-educativo homens jovens antropologia gÃnero corporal practices

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