Gagueira e família: concepções, atitudes e sentimentos manifestados no discurso das mães / Stuttering and family: conceptions, attitudes and feelings manifested on the speech of mothers
AUTOR(ES)
Eliana de Menezes Venancio Martins
DATA DE PUBLICAÇÃO
2002
RESUMO
A gagueira é definida como um distúrbio de fluência que se caracteriza por interrupções anormais do fluxo da fala, geralmente experimentadas pelo indivíduo que gagueja como perda de controle, já que ocorrem de modo involuntário. É uma patologia de comunicação que atinge 5% da população em todo o mundo, dos quais 1% continua a gaguejar na idade adulta. Apresenta uma diversidade de sintomas que nem sempre são encontráveis em todos os indivíduos, o que dificulta diagnosticar as possíveis causas e defini-las com precisão. Medidas preventivas e, se necessário, tratamento precoce é o melhor que se pode fazer para impedir que uma criança se torne um adulto gago. A família, seio de desenvolvimento da criança, deve ser o ponto de partida para se entender o processo de aparecimento e desenvolvimento desta patologia e talvez seja dela que venham as respostas para um tratamento mais efetivo. Este trabalho tem por objetivo identificar as características significativas de comunicação às quais a criança está exposta em seu ambiente familiar, conhecer a rede de relações dentro do grupo familiar, o significado da comunicação para a família, seu padrão lingüístico, suas exigências socioculturais e suas práticas educativas. Participaram desta pesquisa quinze mães de crianças entre três e treze anos de idade, com diagnóstico de gagueira. Foram realizadas entrevistas utilizando-se roteiro semi-estruturado, cujos dados foram analisados quantitativa e qualitativamente por meio de análise temática de conteúdo. Os resultados mostram que as mães consideram a comunicação oral, o falar bem, como fundamental na vida das pessoas. Quando perceberam seus filhos gagos, ficaram preocupadas, pois julgam a gagueira um problema muito sério para o futuro deles. Corrigiam-nos, na tentativa de ajudá-los a parar de gaguejar. Todas procuraram ajuda de profissionais (fonoaudiólogos e psicólogos), quando sentiram a ineficiência de seus métodos corretivos. Pode-se constatar que algumas crianças do grupo recusaram-se a falar e tornaram-se tímidas, outras ao contrário eram falantes e extrovertidas, não se importando com a gagueira. O seu surgimento parece não depender do padrão lingüístico ou mesmo da estrutura e dinâmica familiares, não se encontrando neles um fator causal predominante para a gagueira. Conclui-se que a comunicação oral é extremamente valorizada pela sociedade e por isso a gagueira preocupa excessivamente as mães, cuja ansiedade pode interferir na manutenção deste distúrbio de comunicação. Palavras-chave: gagueira e família, distúrbio de comunicação. A gagueira é definida como um distúrbio de fluência que se caracteriza por interrupções anormais do fluxo da fala, geralmente experimentadas pelo indivíduo que gagueja como perda de controle, já que ocorrem de modo involuntário. É uma patologia de comunicação que atinge 5% da população em todo o mundo, dos quais 1% continua a gaguejar na idade adulta. Apresenta uma diversidade de sintomas que nem sempre são encontráveis em todos os indivíduos, o que dificulta diagnosticar as possíveis causas e defini-las com precisão. Medidas preventivas e, se necessário, tratamento precoce é o melhor que se pode fazer para impedir que uma criança se torne um adulto gago. A família, seio de desenvolvimento da criança, deve ser o ponto de partida para se entender o processo de aparecimento e desenvolvimento desta patologia e talvez seja dela que venham as respostas para um tratamento mais efetivo. Este trabalho tem por objetivo identificar as características significativas de comunicação às quais a criança está exposta em seu ambiente familiar, conhecer a rede de relações dentro do grupo familiar, o significado da comunicação para a família, seu padrão lingüístico, suas exigências socioculturais e suas práticas educativas. Participaram desta pesquisa quinze mães de crianças entre três e treze anos de idade, com diagnóstico de gagueira. Foram realizadas entrevistas utilizando-se roteiro semi-estruturado, cujos dados foram analisados quantitativa e qualitativamente por meio de análise temática de conteúdo. Os resultados mostram que as mães consideram a comunicação oral, o falar bem, como fundamental na vida das pessoas. Quando perceberam seus filhos gagos, ficaram preocupadas, pois julgam a gagueira um problema muito sério para o futuro deles. Corrigiam-nos, na tentativa de ajudá-los a parar de gaguejar. Todas procuraram ajuda de profissionais (fonoaudiólogos e psicólogos), quando sentiram a ineficiência de seus métodos corretivos. Pode-se constatar que algumas crianças do grupo recusaram-se a falar e tornaram-se tímidas, outras ao contrário eram falantes e extrovertidas, não se importando com a gagueira. O seu surgimento parece não depender do padrão lingüístico ou mesmo da estrutura e dinâmica familiares, não se encontrando neles um fator causal predominante para a gagueira. Conclui-se que a comunicação oral é extremamente valorizada pela sociedade e por isso a gagueira preocupa excessivamente as mães, cuja ansiedade pode interferir na manutenção deste distúrbio de comunicação. Palavras-chave: gagueira e família, distúrbio de comunicação.
ASSUNTO(S)
distúrbio de comunicação stuttering and family gagueira e familia comunication disturbance
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