Funcionalidade familiar: um estudo com idosos institucionalizados

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/01/2012

RESUMO

No Brasil, o cuidado com os idosos é culturalmente realizado pelas famílias. Embora apenas 1% da população brasileira com mais de 60 anos seja cuidada em Instituições de Longa Permanência para Idosos - ILPI, a procura por esse tipo de instituição tem sido cada vez maior em função, principalmente, do envelhecimento populacional e dos novos arranjos familiares. O objetivo deste estudo foi analisar a relação entre funcionalidade familiar e as variáveis idade, gênero, tempo de institucionalização, composição familiar, sintomas depressivos e alterações cognitivas de idosos que residem em instituições de longa permanência em uma cidade do interior de São Paulo. Trata-se de um estudo quantitativo, transversal com desenho descritivo-correlacional. Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas individuais com 107 idosos institucionalizados, em São Carlos SP. Foram aplicados os seguintes instrumentos: APGAR de Família, Mini Exame do Estado Mental, Índice Katz, Questionário de Atividades Funcionais e Pfeffer e Escala de Depressão Geriátrica. Os desfechos foram analisados por meio da análise de Regressão Logística, utilizando a análise hierarquizada, utilizando a técnica Stepwise. Todos os cuidados éticos foram observados. Com relação às características sóciodemográficas, os idosos institucionalizados são em sua maioria mulheres (61%), mais longevas (45%), com baixa escolaridade (46%), católicas (87%) e viúvas (45%). A maioria é independente para as atividades básicas da vida diária (46%), dependente para as atividades instrumentais de vida diária (69%), apresentam sintomas depressivos (67%) e alterações cognitivas (53%). Os resultados mostram que 57% dos idosos apresentam elevada disfunção familiar, 22% apresentam boa funcionalidade familiar e 21% moderada disfunção familiar. Não houve associação estatisticamente significante entre o APGAR de Família e as variáveis sexo e idade. Idosos com composição familiar formada por pessoas mais distantes como irmãos/sobrinhos e outros, com maior tempo de institucionalização, com presença de sintomas depressivos e com alterações cognitivas apresentaram-se mais disfuncionais. O idoso com tempo de institucionalização acima de 3 anos (OR = 3,861; p= 0,0285 ), com presença de sintomas depressivos (OR = 5,378; p = 0,0044 ) e com composição familiar formada por Irmãos/Sobrinhos/Outros (OR = 6,812; p = 0,0155 ) tem maior chance de apresentarem disfunção familiar. Esses resultados poderão contribuir para um planejamento do cuidado da família dos idosos institucionalizados.

ASSUNTO(S)

enfermagem instituição de longa permanência relações familiares gerontologia enfermagem aged home for the aged family relations nursing geriatrics

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