Função auditiva de garimpeiros com e sem história de tratamento de tuberculose: uma revisão retrospectiva dos dados

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. j. otorhinolaryngol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-06

RESUMO

Resumo Introdução: A África do Sul apresenta uma alta prevalência de coinfecção de tuberculose e HIV. Como a ototoxicidade associada aos tratamentos para essas condições é observada na exposição concomitante a outros agentes ototóxicos, como a exposição a ruídos perigosos, é importante investigar o impacto da combinação desses agentes. São poucas as evidências publicadas sobre a co-ocorrência dessas condições nessa população. Objetivo: Comparar a função auditiva de garimpeiros com (grupo tratamento) e sem (grupo sem tratamento) história de tratamento de tuberculose, a fim de determinar que grupo apresentava maior risco de perda auditiva induzida por ruído. Além disso, avaliou-se a possível influência da idade e do HIV nesses dois grupos. Método: Os registros audiológicos de 102 garimpeiros, divididos em dois grupos, foram revisados de forma retrospectiva; os dados foram qualitativa e quantitativamente analisados. Resultados: Os achados indicam os garimpeiros com histórico de tratamento de tuberculose apresentam piores limiares auditivos nas altas frequências quando comparados àqueles sem esse histórico; em ambos os grupos, observou-se perda auditiva induzida por ruído com entalhe audiométrico a 6.000 Hz. As correlações de Pearson mostraram valores entre 0 e 0,3 (0 e -0,3), que são indicativos de uma fraca correlação positiva (negativa) entre o HIV e a perda auditiva, bem como entre a perda auditiva e a idade nessa população. Conclusões: Os resultados atuais destacam a importância de programas estratégicos de conservação auditiva, inclusive monitoramento de ototoxicidade, e o possível uso de agentes oto-/quimioprotetores nessa população.

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