Frequência intestinal e sintomas de constipação e sua relação com o nível de atividade física em pacientes com doença de Chagas.

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Gastroenterol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-06

RESUMO

RESUMO CONTEXTO: A constipação intestinal (CI) em pacientes com a forma digestiva da doença de Chagas é uma das principais razões para procura de atendimento médico. Os dados populacionais indicam que a prática de atividade física melhora a motilidade gastrointestinal. OBJETIVO: Este estudo avaliou a frequência intestinal e os sintomas de constipação e sua relação com o nível de atividade física em pacientes com e sem doença de Chagas. MÉTODOS: Pacientes (n=120) de ambos os gêneros, com idades entre 35 e 84 anos, nos quais 50% (n=60) eram do grupo Chagas e 50% (n=60) do grupo controle, foram avaliados quanto ao nível da CI utilizando a Escala de Avaliação da Constipação (CAS) e o nível de atividade física utilizando o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). RESULTADOS: Os pacientes do grupo Chagas classificados como ativos (IPAQ 2) apresentaram maior proporção (P=0,0235) de CI moderada com distensão abdominal grave (P=0,0159) e frequência de evacuação diminuída (P=0,0281) do que os pacientes do grupo controle, considerados muito ativos (IPAQ 1). O estilo de vida sedentário foi maior (P=0,0051) no grupo Chagas com duração, intensidade e frequência de atividade física menor que o grupo controle. A percepção de saúde no grupo Chagas foi regular para 46,7% (P=0,0035) e ruim para 8,3% (P=0,0244). CONCLUSÃO: Existe menor risco de desenvolver constipação intestinal em indivíduos mais ativos, evidenciando que o nível de atividade física interfere na frequência intestinal e nos sintomas de constipação em pacientes com e sem doença de Chagas. O nível de atividade física e percepção de saúde foram piores no grupo Chagas, reforçando o estigma da doença, que deve ser modificado pela capacitação dos profissionais de saúde que atendem rotineiramente esses pacientes.

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