Freqüência de fatores de risco cardiovascular clássicos e não-clássicos em portadores de acromegalia

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Contexto: A acromegalia é uma doença crônica que resulta da hipersecreção do hormônio do crescimento (GH) e do fator de crescimento insulina-símile I (IGF-I). Está associada à redução da expectativa de vida e a elevadas morbidade e mortalidade cardiovasculares cuja patogênese não está plenamente entendida. A acromegalia pode se acompanhar de uma miocardiopatia específica, caracterizada principalmente por hipertrofia do ventrículo esquerdo. Também estão freqüentemente presentes outros fatores de risco cardiovasculares, tais como, alteração do perfil lipídico (principalmente, hipertrigliceridemia, redução do colesterol HDL e incremento do número de partículas de LDL pequenas e densas) e aumento dos níveis séricos de lipoproteína(a)), diabetes melito e hipertensão. As complicações cardiovasculares respondem por 60% das mortes nos pacientes acromegálicos. Entretanto, o papel da aterosclerose na patogênese das complicações cardiovasculares da acromegalia ainda não está estabelecido. De fato, as alterações nos níveis séricos dos lípides e lipoproteínas descritas na acromegalia são inconsistentes e discordantes. Além disso, dados sobre os chamados fatores de risco cardiovascular emergentes ou não-clássicos (p.ex., proteína C reativa, homocisteína e fatores homeostáticos) são limitados e conflitantes. Objetivo: O objetivo principal deste estudo é avaliar em portadores de acromegalia a freqüência de fatores de risco cardiovascular metabólicos clássicos (níveis elevados do colesterol total, colesterol LDL, colesterol VLDL e triglicerídeos, diabetes melito e baixos valores do colesterol HDL) e não-clássicos (valores elevados de proteína C reativa ultra-sensível, HOMA-IR, homocisteína, lipoproteína(a) e fibrinogênio, além de níveis baixos de antitrombina III, proteína C e proteína S). Pacientes e Métodos: Sessenta e dois pacientes acromegálicos (50 com acromegalia ativa e 12 com acromegalia controlada) e um grupo controle composto por 36 indivíduos saudáveis foram submetidos à dosagem dos lípides, glicemia de jejum, insulina (para determinação do índice HOMA-IR), lipoproteína(a), proteína C reativa ultra-sensível (PCR-us), homocisteína e parâmetros primariamente relacionados à trombogênese (fibrinogênio, antitrombina III, proteína C e proteína S), bem como GH e IGF-I. Resultados: Comparados ao grupo controle, os pacientes com acromegalia ativa apresentaram valores significantemente mais elevados de glicemia de jejum (129,0 53,7 vs. 88,9 9,3; p =0,048), colesterol total (205,0 46,5 vs. 179,529,4 mg/dL; p =0,010), colesterol LDL (127,1 38,5 vs. 102,8 27,0 mg/dL; p =0,004), colesterol VLDL (112,8 22,2 vs. 22,5 8,0 mg/dL; p <0,001), triglicerídeos (223,4 107,4 vs. 110,9 45,3 mg/dL; p <0,001), lipopoproteína(a) (85,1 56,1 vs. 27,6 32,1 mg/dL; p =0,023), fibrinogênio (434,8 117,6 vs. 314,3 65,8 mg/dL; p =0,008) e HOMA-IR (3,8 2,6 vs. 1,6 1,1; p =0,032), bem como níveis mais baixos de colesterol HDL (44,6 9,9 vs. 55,6 10,3 mg/dL; p <0,001) e proteína S (71,9 24,7 vs. 99,6 12,9%; p =0,041). Em ambos os grupos, os níveis de homocisteína, antitrombina III, proteína C e PCR-us foram similares. Além disso, pacientes com acromegalia ativa, em comparação àqueles com acromegalia controlada, apresentaram valores significativamente mais elevados de glicemia de jejum (129,0 53,7 vs. 93,8 11,1 mg/dL; p =0,048), HOMA-IR (3,8 2,6 vs. 1,8 1,0; p =0,032), fibrinogênio (434,8 117,6 vs. 316,0 78,9 mg/dL; p =0,008), colesterol VLDL (112,8 22,2 vs. 44,2 14,3 mg/dL; p <0,001) e lipoproteína(a) (85,1 56,1 vs. 25,5 15,8 mg/dL; p =0,023) porém níveis significativamente mais baixos de colesterol HDL (44,6 9,9 vs. 45,3 14,0 mg/dL; p <0,001), proteína S (71,9 24,7 vs. 78,5 18,7%; p =0,041) e PCR-us (1,3 1,6 vs. 3,9 1,7 mg/L; p <0,001). Os seguintes fatores de risco foram significativamente mais comuns na acromegalia ativa do que na acromegalia controlada e no grupo controle: níveis baixos de c

ASSUNTO(S)

hormônio de crescimento medicina doença cardiovascular acromegalia

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