Frequência de autoanticorpos e dosagem de complemento sérico em pacientes com diagnóstico de leishmaniose cutânea ou visceral
AUTOR(ES)
Horimoto, Alex Magno Coelho, Costa, Izaias Pereira da
FONTE
Revista Brasileira de Reumatologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009-10
RESUMO
INTRODUÇÃO: A leishmaniose é uma doença infecciosa crônica que pode variar de um espectro que inclui o acometimento cutâneo isolado com manifestação oligossintomática até o acometimento sistêmico com manifestações clínicas importantes. O desenvolvimento de infecção em cada tipo de leishmaniose (visceral ou tegumentar) depende da interação complexa e intrigante entre os fatores de virulência do patógeno e a resposta imunológica do hospedeiro. Análises de soros de pacientes infectados por Leishmania demonstraram a existência de autoanticorpos contra componentes celulares e humorais, além de imunocomplexos circulantes e anticorpos contra a imunoglobulina G (fator reumatoide). Pacientes com leishmaniose visceral podem apresentar sintomas que mimetizam o quadro clínico encontrado em pacientes com diagnóstico de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), dificultando o diagnóstico precoce e tratamento. OBJETIVOS: Identificar o perfil de autoanticorpos e a dosagem de complemento em pacientes com diagnóstico de leishmaniose visceral ou tegumentar e correlacionar o quadro clínico destes pacientes com o de pacientes com diagnóstico de LES. MÉTODOS: Pesquisou-se a ocorrência de autoanticorpos e dosagem de complemento no soro de 90 pacientes, sendo 45 deles com leishmaniose visceral e 45 com a forma tegumentar. RESULTADOS: Os autoanticorpos estatisticamente significativos presentes nos pacientes com leishmaniose visceral foram: Fator Antinuclear (FAN) positivo (4,4%) ou em baixa titulação (8,9%) e anticorpo anticardiolipina do tipo IgG positivo (17,8%) ou indeterminado (8,9%). Encontrou-se, ainda, diminuição do complemento sérico C3 em 17,8% dos pacientes e anticorpo anti-Leishmania positivo > 1/80 em todos os pacientes com leishmaniose visceral. CONCLUSÕES: A forma visceral da leishmaniose pode correlacionar-se positivamente com a presença de autoanticorpos, possivelmente pelo desencadeamento de uma resposta sistêmica predominantemente humoral do tipo Th2, constituindo-se em diagnóstico diferencial obrigatório com LES, principalmente nas áreas endêmicas.
ASSUNTO(S)
autoanticorpos dosagem de complemento leishmaniose visceral leishmaniose tegumentar lúpus eritematoso sistêmico
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