Formação para o trabalho manual no Brasil colônia / Training manual labor in colonial Brazil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/02/2010

RESUMO

Na análise histórica da condição social do trabalho manual no período colonial, depreende-se alguns aspectos que se apresentam em aberto neste debate historiográfico. São eles o problema da terminologia e da categorização empregadas para designar esses trabalhadores, a questão da mecanização e da especialização do trabalho manual, e os referenciais interpretativos na perspectiva da História da Educação e da História Social. Entendemos que a essencialidade desse debate, que se quer apresentar neste trabalho, é a sua natureza fragmentada e não sistematizada. No cerne deste debate estão dois autores expoentes da História da Educação com suas premissas sobre o ensino de ofícios, a do "abastardamento do ensino de ofícios" apontado por Celso Suckow da Fonseca, e a do "aviltamento do trabalho manual" por Luiz Antônio Cunha, o que teria depreciado, enormemente, no mundo ibérico e luso-brasileiro, a formação de todo e qualquer trabalho para o qual concorresse o emprego das mãos. A formação para o trabalho manual se apresentou como um problema e desafio a serem enfrentados ao longo de toda história colonial. As ordens religiosas que se estabeleceram no Brasil, no século XVI, trataram de resolver o problema da escassez da mão de obra, através do aprendizado na prática. Dentre essas ordens destacamos os jesuítas, que souberam se adaptar a essa realidade social. O problema da formação profissional regular na colônia era o de eliminar, primeiramente, a longa distância entre as artes liberais e as artes mecânicas, e entre as belas artes e as artes aplicadas. Esse problema chegou a ser enfrentado nos mais diversos contextos históricos sem que tenha havido êxito pleno - no período jesuítico com o Plano de Estudos do Pe. Manoel da Nóbrega (1553), no período pombalino com o Plano Profissional e com as Reformas da Instrução Pública (1759/1772), e no período joanino com o Plano de Ensino Artístico de Joachim Lebreton (1816), que incluía, também, os ofícios, visando o benefício para o desenvolvimento da indústria, no entanto, todos esses intentos pedagógicos permaneceram mais como propostas retóricas e curriculares, não cumprindo o papel de sanar o problema premente da formação para o trabalho manual.

ASSUNTO(S)

trabalho manual - formação artes e oficios jesuitas - brasil - história reforma do ensino - brasil manual labor arts and crafts jesuits education reform

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