Formação de médicos e enfermeiros da estratégia Saúde da Família no aspecto da saúde do trabalhador
AUTOR(ES)
Mori, Érika Chediak, Naghettini, Alessandra Vitorino
FONTE
Rev. esc. enferm. USP
DATA DE PUBLICAÇÃO
2016-06
RESUMO
Considerando a saúde do trabalhador uma das atribuições do Sistema Único de Saúde (SUS), a Atenção Primária à Saúde (APS) e a Estratégia Saúde da Família (ESF) assumem papel importante no desenvolvimento de ações no campo saúde-trabalho. No Brasil, como é grande o número de trabalhos informais e domiciliados, a ESF se torna referência nas ações de saúde do trabalhador. Assim, se a ESF não estiver atenta à relação entre atividade profissional e o adoecimento, várias doenças que acometem os trabalhadores podem sobrecarregar o sistema sem a obtenção de cura. O objetivo deste estudo foi avaliar o reconhecimento de médicos e enfermeiros da Estratégia Saúde da Família de Aparecida de Goiânia sobre doenças ocupacionais. Trata-se de um estudo qualitativo descritivo, a análise dos dados foi feita pela análise de conteúdo. O cenário deste estudo constitui-se das unidades de ESF do município de Aparecida de Goiânia, Goiás. Foram 8 Unidades Básicas de Saúde selecionadas e 16 profissionais de saúde entrevistados. Os dados foram coletados nos respectivos locais de trabalho dos participantes da entrevista, nos meses de fevereiro a abril de 2013, após aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa. Os discursos foram analisados de acordo com Minayo (2007), utilizando a análise temática. As entrevistas foram gravadas e posteriormente, transcritas para sua análise. Dos 16 profissionais entrevistados, observamos que somente 3 (18,75%) passaram por capacitação profissional em saúde do trabalhador na Instituição, porém os cursos eram voltados para situações de riscos biológicos e não para o atendimento ao trabalhador. Os profissionais relataram falta de conhecimento na área de saúde do trabalhador, observaram o quanto a área ainda é desvalorizada e pouco explorada no meio acadêmico, profissional e até mesmo pela gestão de saúde do município. Na avaliação da formação acadêmica é possível observar a inadequação da carga horária da disciplina, onde os profissionais relataram o pouco conhecimento na área, a baixa carga horária da disciplina na área acadêmica. Conclusão: Observa-se a necessidade de despertar o interesse dos gestores de saúde do município e dos profissionais, médicos e enfermeiros, para as relações trabalho-saúde-doença e a necessidade de capacitação desses profissionais para o melhor atendimento ao trabalhador.
ASSUNTO(S)
saúde do trabalhador sus doenças ocupacionais atenção primária à saúde capacitação profissional
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