Fluorocolangiografia peroperatória com indicação de rotina ou seletiva na colecistectomia laparoscópica

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos de Gastroenterologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007-09

RESUMO

RACIONAL: Existem controvérsias sobre a realização da colangiografia peroperatória seletiva ou de rotina na colecistectomia. OBJETIVOS: Validar critérios para indicação seletiva da fluorocolangiografia durante a colecistectomia para o diagnóstico da coledocolitíase. MÉTODOS: Foram estudados, prospectivamente, 254 pacientes com colecistolitíase e submetidos a colecistectomia laparoscópica. Os pacientes foram divididos em dois grupos: nos primeiros 127 pacientes, a fluorocolangiografia peroperatória foi indicada como rotina (grupo 1) e nos 127 pacientes subseqüentes a fluorocolangiografia foi indicada seguindo critérios clínicos (história de icterícia, colúria, acolia fecal e pancreatite), laboratoriais (elevação na dosagem de fosfatase alcalina, bilirrubinas, amilase) ou ultra-sonográficos (cálculos menores que 6 mm de diâmetro, coledocolitíase, colédoco maior que 6 mm de diâmetro). Foi feita avaliação comparativa quanto a diferença no diagnóstico de coledocolitíase na indicação seletiva ou de rotina; índice de sucesso na realização do exame nos dois tipos de indicações e confiabilidade dos critérios de indicação seletiva da fluorocolangiografia peroperatórias. RESULTADOS: Dentre os 127 pacientes do grupo 1, a fluorocolangiografia peroperatória foi realizada com sucesso em 102 (80,3%) deles e, no grupo II, em 59 (83,1%) dos 71 que apresentavam sua indicação. Dentre os 102 pacientes do grupo 1 submetidos a fluorocolangiografia peroperatória, 11 (10,8%) apresentaram coledocolitíase, 4 (3,9%) colédocos dilatados e 1 (1%) falso-positivo enquanto nos 59 do grupo II, 7 (11,8%) apresentaram coledocolitíase e 1 (1,7%) colédoco dilatado. A aplicação simulada dos critérios de indicação seletiva da fluorocolangiografia peroperatória nos pacientes do grupo 1 mostrou que em apenas um o diagnóstico de coledocolitíase não teria sido feito. Os critérios de indicação seletiva da fluorocolangiografia apresentaram sensibilidade de 90,9% e especificidade de 46,2%. As principais causas de insucesso da fluorocolangiografia foram inflamações do pedículo biliar e variações de tamanho e calibre do ducto cístico. CONCLUSÃO: Não houve diferença significativa no diagnóstico de coledocolitíase por meio da fluorocolangiografia peroperatória entre os grupos de pacientes com indicação de rotina e seletiva, validando a realização do exame baseado nos critérios seletivos, com uma sensibilidade de 90,0%, apesar da especificidade de 46,2%, uma vez que 43 pacientes foram encaminhados para o exame e não foi diagnosticada coledocolitíase.

ASSUNTO(S)

colangiografia colecistectomia laparoscópica coledocolitíase

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