Flucloxacillin-Induced Hepatotoxicity - Association with HLA-B*5701

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Assoc. Med. Bras.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-01

RESUMO

RESUMO A hepatotoxicidade à flucloxacilina é rara e classifica-se como idiossincrática, uma vez que é dependente da suscetibilidade individual, não expectável e independente da dose. Apresentamos o caso de um homem, 74 anos, antecedentes de gamapatia monoclonal e hábitos alcoólicos de 24 g/dia, com quadro de astenia, anorexia, náuseas, desconforto abdominal e febrícula com três dias de evolução. Referência a dois ciclos de antibioterapia com flucloxacilina por erisipela (três meses e duas semanas antes da admissão). Analiticamente com AST 349 U/L, ALT 646 U/L, FA 302 U/L, GGT 652 U/L, bilirrubina total 3,3 mg/dL, bilirrubina direta 2,72 mg/dL. Excluídas etiologias infecciosa, autoimune, metabólica, bem como patologia das vias biliares por colangio-RM. Biópsia hepática mostrou esteatose multifocal ligeira (predominantemente microvesicular); alterações acentuadas nas áreas centrolobulares (dilatação sinusoidal, congestão acentuada, hemorragia e colapso multifocal de hepatócitos); expansão das áreas portais com constituição de pontes; ductos biliares proliferados e infiltrado inflamatório de densidade variável, predominantemente de tipo mononucleado. Tipagem de HLA-B*5701 positiva. Agravamento analítico atingindo bilirrubina total 24,1 mg/dL, com desenvolvimento de icterícia, prurido e colúria. Admitida a hepatotoxicidade, iniciou terapêutica com ácido ursodesoxicólico. Verificou-se evolução favorável, sem evidência de coagulopatia ou encefalopatia. A normalização analítica foi, no entanto, lenta, com evolução para cronicidade. Os autores apresentam este caso para alertar para a possibilidade de hepatotoxicidade moderada a grave à flucloxacilina, antibiótico de uso comum na prática clínica e associação com o alelo HLA-B*5701 relatada na literatura.

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