FLORAÇÃO E POLINIZAÇÃO DE TRÊS ESPÉCIES DISTÍLICAS DE Psychotria (Rubiaceae) COOCORRENTES NA MATA ATLÂNTICA BRASILEIRA

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Árvore

DATA DE PUBLICAÇÃO

2015-10

RESUMO

RESUMO Este estudo objetivou investigar a floração e polinização dos morfos florais de Psychotria conjugens Müll, P. hastisepala Müll. Arg. e P. sessilis Vell., espécies distílicas e coocorrentes. As observações foram feitas em duas florações consecutivas, em um fragmento de Mata Atlântica do Sudeste do Brasil. As espécies têm flores com antese diurna, cor creme, tubular, nectaríferas. A floração ocorre na estação chuvosa, de setembro a abril, com pouca ou nenhuma sobreposição entre as espécies, caracterizando uma floração escalonada. A floração dos morfos florais, longistilo e brevistilo, de cada espécie foi síncrona, mas o número de flores abertas por dia por morfo tendeu a variar em cada floração. Esses números foram maiores em P. sessilis e P. conjugens e, provavelmente, resultaram em maiores números totais de visitas nas suas flores (até 1.084 visitas em P. sessilis e 756 em P. conjugens), em comparação com o observado em P. hastisepala (até 71). A frequência de visitas foi maior nas flores longistilas de todas as espécies. A abelha Ariphanarthra palpalis foi o polinizador comum a todas as espécies. Esta abelha é nativa do Brasil, solitária, considerada relativamente rara, e suas plantas hospedeiras eram desconhecidas. Outras abelhas nativas (Melipona spp.) também visitaram as flores das espécies de Psychotria. A disponibilidade de flores com características florais semelhantes ao longo de oito meses, a floração escalonada e polinizadores em comum parecem ser partes de uma estratégia para atrair visitantes florais, minimizando a competição por polinizadores e, consequentemente, favorecendo a polinização legítima dessas plantas.

ASSUNTO(S)

abelhas floração sequencial frequência de visitas

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