Flora vascular e vegetação da Ilha Queimada Grande, São Paulo, sudeste do Brasil
AUTOR(ES)
Kurtz, Bruno Coutinho, Souza, Vinicius Castro, Magalhães, Adriana Melo, Paula-Souza, Juliana de, Duarte, Alexandre Romariz, Joaquim-Jr, Gilberto Oliveira
FONTE
Biota Neotrop.
DATA DE PUBLICAÇÃO
23/10/2017
RESUMO
Resumo Estudos sobre a vegetação de ilhas costeiras no sudeste do Brasil ainda são muito escassos, apesar de sua importância para a avaliação, manejo e conservação da biodiversidade insular. Nós apresentamos aqui uma lista da flora vascular da Ilha Queimada Grande (IQG; 24°29′10″ S, 46°40′30″ W, 57 ha, 33,2 km da costa), sudeste do Brasil, e descrevemos suas fitofisionomias. A ilha é recoberta principalmente por Floresta Atlântica (Floresta Ombrófila Densa), bem como por vegetação sobre afloramento rochoso e vegetação antrópica com fisionomias herbáceo-arbustivas. A IQG apresentou riqueza relativamente baixa (S = 125) comparada a de outras ilhas costeiras do Brasil. Espécies herbáceas (52) e trepadeiras (31) predominaram na IQG. As famílias mais ricas foram Fabaceae (11 espécies), Poaceae (9), Apocynaceae, Asteraceae e Orchidaceae (8 espécies cada). A maioria das espécies (S = 112) é autóctone de diferentes fitofisionomias do complexo da Floresta Atlântica do sudeste do Brasil. Muitas espécies associadas a áreas antropicamente alteradas (S = 26) são encontradas na IQG, incluindo a gramínea invasora Melinis minutiflora. Houve ligeira predominância de zoocoria (S = 50). Nós não identificamos espécies endêmicas para a IQG. Uma espécie (Cattleya intermedia, Orchidaceae) encontra-se vulnerável em nível nacional e estadual, e outra (Barrosoa apiculata, Asteraceae) está presumivelmente extinta no estado de São Paulo. A flora vascular da IQG originou-se no complexo da Floresta Atlântica continental, seguindo o padrão de outras ilhas costeiras do sudeste do Brasil. A flora e a vegetação da IQG refletem a combinação da condição insular, tamanho reduzido da ilha, restrição de habitat, topografia acidentada, solos incipientes e o uso pretérito da área com a introdução de várias espécies alóctones. Nós recomendamos o monitoramento permanente da vegetação da IQG e seu manejo, visando garantir a conservação da biota nativa local.
ASSUNTO(S)
floresta atlântica conservação da biodiversidade ilhas costeiras síndromes de dispersão espécies invasoras áreas protegidas
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