Flebotomíneos (Diptera: Psychodidae) em um sistema agroflorestal da Região Metropolitana de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Os flebotomíneos se destacam como importantes transmissores das leishmanioses. As fêmeas necessitam realizar repasto sanguíneo, o que as possibilita veicular protozoários do gênero Leishmania, que podem originar a leishmaniose visceral (LV) ou a leishmaniose tegumentar americana (LTA), além de transmitirem outros parasitos. As leishmanioses são enfermidades de ampla importância e distribuição mundial, cuja infecção é conseqüente da interação dos animais reservatórios com o inseto vetor, o protozoário parasito e o hospedeiro sadio. No Rio Grande do Norte (RN) esses insetos são importantes transmissores da LV, que geralmente se apresenta de forma mais grave e ocorre principalmente na região metropolitana, tendo o cão como principal reservatório, e Lutzomyia longipalpis como vetor. A LTA está mais presente nas áreas serranas do estado. Além da hematofagia, exercida pelas fêmeas, ambos os sexos necessitam ingerir carboidratos, que são essenciais para as necessidades energéticas dos flebotomíneos e podem interferir no desenvolvimento da Leishmania. O objetivo desse estudo foi levantar a ocorrência e abundância de flebotomíneos nos diversos ambientes da fazenda da Empresa de Pesquisas Agropecuárias do RN, no Município de Parnamirim, buscando relacionar essa ocorrência com referenciais climatológicos, biológicos e hábitos alimentares. Foram realizadas 03 coletas consecutivas mensais com armadilhas CDC em um fragmento de Mata Atlântica, em uma residência, e em plantações de cajueiro, de coqueiro anão e gigante, de mangueira, de bananeira, de eucalipto, acácia, feijão e em criação de caprinos. Foram coletados 1241 flebotomíneos de oito espécies, Lutzomyia evandroi, Lutzomyia longipalpis, Lutzomyia shannoni, Lutzomyia sordellii Lutzomyia walkeri, Lutzomyia wellcomei, Lutzomyia whitmani, e Lutzomyia intermedia, sendo a maioria destes no ambiente de mata. L. longipalpis, principal espécie transmissora de LV, se confirmou como espécie adaptada a ambientes antrópicos, enquanto outras como L. wellcomei, vetora de LTA, se mostrou predominantemente silvestre. Foi feita caracterização de carboidratos em flebotomíneos e vegetais da região, visando relacioná-los, o que demonstrou que algumas plantas exóticas como capim e eucalipto podem ter algum papel no processo de adaptação dessas espécies a ambientes modificados. Através da criação em laboratório, observou-se para L. shannoni ciclo biológico médio de 53,5 dias de ovo a adulto e ainda a possibilidade de diapausa em L. wellcomei. Esse estudo constitui uma fonte de informações que poderá contribuir com a vigilância epidemiológica das leishmanioses tegumentar e visceral no Estado, uma vez que analisa a bioecologia das espécies transmissoras, assim como seu potencial de adaptação a novos ambientes

ASSUNTO(S)

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