Fitossociologia e sobrevivência de árvores na mata de galeria do córrego Pitoco, reserva ecológica do IBGE, DF, em 2006, após dois incêndios, 1994 e 2005

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Matas de galeria são fundamentais na manutenção e equilíbrio ambiental, especialmente na região dos Cerrados brasileiros. São destes pequenos córregos que a água é distribuída para nossas importantes bacias hidrográficas. Funcionam como corredores ecológicos e perfazem intrincada malha entre os principais biomas nacionais. Em 1988, mil árvores (DAP ? 5cm) foram inventariadas pelo método de quadrantes, em linhas de pontos de amostragem, alocadas desde as margens do córrego até a borda com o cerrado, na mata de galeria do córrego Pitoco, na Reserva Ecológica do IBGE (RECOR), no DF. Em 2006, após os incêndios ocorridos em 1994 e 2005, a sobrevivência de árvores foi avaliada, quando foram amostradas 80 espécies de 39 famílias. O índice de diversidade de Shannon &Wienner foi estimado em 2,30 nats.ind-1 e o índice de Pielou em 53,5%. As famílias mais importantes, em número de espécies, foram: Leguminosae (9), Myrtaceae (6), Rubiaceae (5), Vochysiaceae (4), Lauraceae (6), Euphorbiaceae (5) e Annonaceae (4). Já as espécies mais importantes (IVI) foram: Callisthene major, Copaifera langsdorffii, Tapirira guianensis, Faramea cyanea, Lamanonia ternata, Pseudomedia guaranitica, Maprounea guianensis, Emmotum nitens e Protium almecega, excluindo o grupo das mortas, que ocupou a primeira colocação, com 492 árvores e 34,32% da área basal total. As estimativas de densidade e área basal foram de 1971 ind.ha-1 e 55,59 cm2.ha-1, respectivamente. A distribuição diamétrica total ainda mostrou padrão próximo ao J reverso. As árvores com até 15 cm de diâmetro somaram 63,2% do total, e, aquelas com até 35 cm, 90% do total amostrado; a mata é composta basicamente por árvores pequenas. Comparativamente, a estrutura da floresta está modificada e após os dois incêndios, as espécies: C. major, C. langsdorffii, F. cyanea, L. apetala, P. elegans, G. viburnioides, C. vernalis, O. corymbosa, P. ramiflora, T. glabrescens e A. macrophylla mostraram-se mais resistentes ao evento fogo, com mais de 75% de sobrevivência. Por outro lado, R. obovata, D. morototoni, M. guianensis, B. rufa, M. oligantha e I. alba com menos de 25% de sobrevivência foram consideradas susceptíveis. Dezenove espécies presentes, com até quatro indivíduos em 1988, não foram encontradas em 2006. As espécies importantes tiveram redução no número de indivíduos na classe de DAP ? 10 cm, indicando que a resistência aumenta com o aumento dos diâmetros.

ASSUNTO(S)

comunidades vegetais matas ripárias florestas outros ecologia incêndios florestais

Documentos Relacionados